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CÉREBRO
Pesquisadores identificam proteína que danifica memória
ASSOCIATED PRESS
Os cientistas desvendaram
uma nova pista para a causa
do mal de Alzheimer. O cérebro das pessoas com a memória "roubada" pela doença
é atravancado por uma placa
de beta-amilóide, uma proteína pegajosa. Por isso, uma
questão que existe há muito
tempo é se ela causa a doença
ou é um efeito colateral dela.
Para investigar o assunto,
pesquisadores injetaram
três tipos diferentes de beta-amilóide solúvel em ratos e
descobriram que apenas um
deles causava sintomas da
doença. Um tipo insolúvel
também foi injetado e não
provocou efeito.
A descoberta foi feita por
uma equipe liderada por Ganesh Shankar e Dennis Selkoe, da Escola de Medicina
da Universidade Harvard, e
publicada na edição online
da revista "Nature".
O segundo tipo de beta-amilóide solúvel injetado
causou prejuízo na memória
dos ratos, especialmente em
comportamentos recém-aprendidos. Esse beta-amilóide parece ter afetado as sinapses, conexões entre células que são essenciais para a
comunicação entre elas.
A pesquisa, pela primeira
vez, mostra o efeito de um tipo particular de beta-amilóide no cérebro, disse Marcelle
Morrison-Bogorad, diretora
da divisão de neurociência
no Instituto Nacional de Envelhecimento, que ajudou no
estudo. Para ela, foi uma surpresa descobrir que apenas
um dos tipos de beta-amilóide causava prejuízos.
Segundo a pesquisadora, a
descoberta pode ajudar a explicar porque algumas pessoas com beta-amilóide no
cérebro não apresentam os
sintomas do mal de Alzheimer. Agora, a questão que
permanece é porque um tipo
causa danos e os outros não.
"Muito trabalho ainda precisa ser feito", disse ela.
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