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Biofármaco permite tratamento mais rápido
DA REPORTAGEM LOCAL
Para mostrar como o tratamento com a proteína BMP,
que será produzida no Brasil
em até cinco anos, é mais rápido pode ser usado um contra-exemplo particular da própria
autora do estudo, a pesquisadora da USP Mari Cleide Sogayar.
Ela é também coordenadora do
Nucel (Núcleo de Terapia Celular e Molecular).
"No ano passado, tive de passar por uma cirurgia para retirar duas hérnias de coluna [no
total eram quatro]", diz a cientista do Nucel.
Mas, como na época o convênio não bancou o uso da proteína BMP, que permite a recuperação óssea, o jeito foi tratar a
coluna da forma convencional.
"O uso da proteína hoje é caro.
Ela é importada e apenas poucas empresas americanas fazem esse produto".
Um ano depois, a pesquisadora já pode dizer que está praticamente tratada. A cirurgia,
no total, custou R$ 116 mil.
"O ortopedista na época gostaria de ter usado a proteína",
diz Sogayar. Se o preço não tivesse compensando, disse o cirurgião, pelo menos a recuperação teria sido bem mais rápida, afirmou ele na época.
"Apesar de ser também invasiva, a aplicação da proteína é
bem menos traumática para o
organismo", diz a cientista.
Um dos estudos feito nos Estados Unidos disponível na literatura científica reforça a tese
de que o uso da proteína é mais
barato e, também, permite uma
recuperação mais rápida do paciente tratado.
Num grupo de 25 pessoas, o
custo do tratamento por paciente caiu em aproximadamente 50%. Todos eles também deixaram o hospital antes do esperado.
Caso a produção da BMP no
Brasil vire mesmo realidade, e
os preços desse produto diminuam, ela poderá ser usada em
um importante problema de
saúde, diz Erik Halcsik, que
também participa do trabalho
na USP. "A proteína será muito
útil para problemas de osteoporose, que tendem a aumentar com o envelhecimento da
população", diz.
Nos Estados Unidos, a doença de perda óssea é o 8º problema de saúde mais importante
no país entre as pessoas com
mais de 65 anos. "Ela custa aos
cofres públicos US$ 19 bilhões
por ano", diz o biomédico.
Halcsik tem o papel de produzir BMPs na forma recombinante e descobrir as bases moleculares da ação dos tipos 2 e 7.
"A BMP é fundamental para o
processo de desenvolvimento".
No caso específico da BMP,
explica Sogayar, outros usos
desta proteína estão sendo estudados pelo próprio Nucel.
"Ela tem também papel importante nos rins. Quem sabe não
poderá ser usada em lesões do
tecido renal."
(EG)
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