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memória
Tese ganhou nome errado, diz Vanzolini
DA REPORTAGEM LOCAL
"Fizemos apenas um
modelo de especiação de
uma espécie. Um bicho.
Nós não desenvolvemos
nada. Não usamos o termo
"teoria dos refúgios" no trabalho de 1970."
A frase acima, dita por
Paulo Vanzolini em entrevista à Folha em março, é
apenas mais um tempero
no polêmico caldo que envolve esta tese científica,
criada sobre idéias dele e
do biólogo Jürgen Haffer.
Basicamente, os adeptos dessa teoria - sempre
muito questionada por
causa da escassez de registros paleontológicos para
sustentá-la- dizem que
toda a biodiversidade da
Amazônia surgiu de áreas
que sempre foram florestadas e úmidas.
Nessas regiões é que o
ocorreu o isolamento reprodutivo das espécies.
Depois -quando as áreas
mais secas diminuíram
em tempos de mais umidade- é que a colonização
ganhou mais terreno.
Além da invasão marinha, que pode ou não estar
ligada a uma mudança do
clima, a barreira imposta
pelos caudalosos rios
amazônicos também é
sempre usada para explicar a especiação.
Porém, pelo menos para
as saúvas, parece que tanta água não formou um
obstáculo tão eficiente.
Apesar de reativar a importância dos refúgios, o
estudo das formigas traz
uma informação totalmente oposta à prevista
pela teoria original.
O DNA sugere que, há
mais ou menos 21 mil
anos, no auge da era do gelo, a espécie de saúva mais
presente nas áreas úmidas
tinha uma distribuição
muito mais abrangente do
que outra espécie de área
seca.
(EG)
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