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Grupo fará mapa genético de infartados
USP e Instituto Dante Pazzanese procuram sinais de risco no DNA de dez pacientes brasileiros cardíacos
RAFAEL GARCIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Um grupo de pesquisadores
de São Paulo está preparando o
primeiro mapa genético de brasileiros cardíacos. Dez pacientes atendidos pelo hospital do
Instituto Dante Pazzanese de
Cardiologia forneceram amostras de sangue para extração de
DNA no momento do infarto, e
a análise do material já está
sendo feita agora, em colaboração com cientistas da Universidade da Catalunha (Espanha).
O projeto -coordenado pelo
cardiologista Marcelo Sampaio, do Dante Pazzanese, e pelo bioquímico Mário Hirata, da
USP (Universidade de São Paulo)- tem como objetivo identificar quais genes permanecem
mais ativos no organismo -ou
menos- em momentos que caracterizam o infarto.
"Isso será a base, mais no futuro, da chamada farmacogenômica", diz Sampaio. "Com
esses perfis, vai ser possível
adequar o tratamento para os
indivíduos em questão."
O DNA dos voluntários está
sendo testado agora nos chamados "microarrays", ou chips
de DNA -pequenas placas que
atuam como se fossem milhares de tubos de ensaio usados
para rastrear a ação de inúmeros genes numa única amostra.
"Existem pacientes com alterações presentes no DNA, mas
nós não sabemos até que ponto
elas representam problemas
associados a doenças ou riscos", afirma o cardiologista.
"Muito já foi testado e publicado em estudos, mas o grau de
consistência desses trabalhos
ainda é pouco significativo."
Quando os dados dos chips
estiverem à mão, serão analisados por pesquisadores nos EUA
que tentarão estabelecer uma
correlação estatística entre o
infarto e as alterações em genes. Sampaio afirma que os resultados do trabalho deverão
estar prontos para publicação
no início do ano que vem.
"Há uns dez ou quinze remédios que são universais para infartados, mas uns respondem
melhor a certas drogas do que
outros", diz. "Com esse estudo,
surge a possibilidade de conseguirmos direcionar melhor o
tratamento para indivíduos."
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