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Brasil quer ampliar energia renovável
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
A proposta brasileira de aumentar de 2% para 10% a participação das energias renováveis (solar, eólica e biomassa) no total de energia usada no mundo até
2010 foi defendida anteontem pelo secretário do Meio Ambiente de São Paulo, José Goldemberg, e aplaudida por representantes de ONGs internacionais e estudiosos
do desenvolvimento sustentável.
Goldemberg disse que o principal objetivo é conseguir que o presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, e o primeiro-ministro da Suécia, Göran Persson, a endossem, para que a idéia
ganhe força em Johannesburgo.
"Podemos rediscutir o prazo, mas
não podemos fugir da discussão.
Temos de firmar um compromisso, e isso tem que sair do Rio."
Segundo o secretário, a proposta, que abrangeria todos os países
do mundo, pode forçar os EUA a
assinarem o Protocolo de Kyoto.
Uma das justificativas do governo
americano para não ratificar o
pacto é o fato de países pobres não
serem incluídos nas reduções. "É
mais uma forma de pressionar os
EUA", afirmou o secretário.
Ele defendeu que o aumento do
uso da energia renovável resolveria não só o problema da emissão
de gás carbônico como ajudaria a
resolver o drama da pobreza no
mundo, ao gerar empregos.
Goldemberg ponderou que os
obstáculos para a aceitação da
mudança não serão facilmente ultrapassados, pois envolvem os interesses dos países produtores de
petróleo e carvão. O secretário
também admite que os custos de
produção das energias renováveis
são altos, mas afirmou que os benefícios vêm a curto prazo, pois a
manutenção é mais barata do que
a da produção de energia "suja".
O assessor sênior do secretário-geral das Nações Unidas, Maurice
Strong, assistiu à exposição de Goldemberg e classificou a proposta brasileira como "magnífica". Segundo ele, o aumento da energia renovável é uma das melhores formas de salvar o planeta da destruição pela poluição.
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