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Foco
Audiências em cidades da área são mais animadas que encontros da ONU
Eduardo Geraque/Folha Imagem
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Audiência pública sobre concessão florestal no "night club" na cidade de Faro, oeste do Pará
DO ENVIADO A FARO (PA)
Antes de conduzir uma audiência pública em Faro sobre o plano do governo de
conceder áreas à exploração
de madeira, Luiz Carlos
Joels, diretor do Serviço Florestal Brasileiro, realizou
uma missão diplomática.
O padre da cidade, Dico,
ameaçara atrapalhar a reunião pública, mas depois de
uma conversa ele entendeu
que a audiência era informativa, e não um plebiscito. Liberou seus fiéis, então. Tinha até carro de som na praça da cidade para protestar.
Todos, então, foram para o
"night club", um galpão onde
seria o evento. Estava mais
animado que uma cúpula
ambiental das ONU.
Em todas as reuniões, que
duraram pelo menos quatro
horas em cada cidade, Marcos Bliacheris, gerente do
SFB, era obrigado a pegar o
microfone e lembrar que,
naquele espaço, campanha
política não valia. Foi atendido. Nos bastidores, o advogado gaúcho defendia abertamente a "internacionalização" da Amazônia - ele é
torcedor do Internacional.
Em quase todas as falas
das pessoas das cidades, a
palavra usada era exploração
e não concessão florestal, o
que pode ser sintomático.
Alguns, no fundo, querem
desfrutar de algum tipo de
inclusão. Outros, como os
quilombolas da região, afirmam que são contra o projeto de concessão.
(EG)
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