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Parlamentares tratam etanol brasileiro como "mocinho"
DA ENVIADA A TÓQUIO
O fórum de parlamentares do
G8+5 (as oitos maiores potências do mundo e os cinco grandes países emergentes, entre
eles o Brasil), que acaba hoje no
Japão, tratará o biocombustível feito a partir da cana-de-açúcar como "mocinho" na discussão sobre o aquecimento
global e o acordo que deverá
substituir o Protocolo de Kyoto, com metas para pós-2012.
Em relação aos biocombustíveis, o grupo de países deve
concordar em dividi-los em
dois tipos: os maus e os bons
-caso em que está incluído o
etanol da cana. Segundo Terry
Townshend, diretor de desenvolvimento de políticas da Globe International (sigla em inglês para Organização Global
de Legisladores para um Ambiente Equilibrado), para serem incluídos na lista dos "mocinhos", os biocombustíveis
não podem ter altos subsídios e
devem ser sustentáveis.
"É como o colesterol, existe o
bom e o mau", disse Sergio Jellinek, do Banco Mundial, repetindo declarações do chanceler
brasileiro, Celso Amorim.
Há alguns pontos importantes que ainda não têm consenso
entre os países nesse fórum,
que tem o objetivo de reunir
parlamentares de nações do
G8+5 de diferentes partidos políticos. A idéia é fechar o encontro com um documento a ser
entregue aos líderes desses países antes da reunião do G8+5,
que ocorre na semana que vem,
também no Japão. A reunião
compilará sugestões para o
acordo climático pós-Kyoto.
Uma das questões em que é
difícil chegar a um acordo é a
das metas para redução das
emissões de gases de efeito estufa. Atualmente, os países ricos e a Rússia estão do chamado Anexo 1 e possuem metas de
redução obrigatória até 2012.
Alguns países consideram,
porém, que o mais justo seria
não haver essa divisão. Em vez
disso, deveria ser usada uma
fórmula que levasse em conta o
histórico de emissões, as emissões per capita e situação econômica do país para definir a
meta e fazer acordos graduais.
A maioria dos países também
acredita que reduzir as emissões futuras com base na taxa
de emissão de 1990 -como determina o acordo de Kyoto- é
irreal ou inatingível no mundo
de hoje. O Japão, país que é
grande emissor, porém muito
eficiente do ponto de vista
energético, é um dos que questionam a definição de 1990 como base para as reduções.
A sugestão para a preservação das florestas deve ser a implementação de mecanismos
financeiros que compensem
manter a mata em pé e proteger
a biodiversidade. "Essa é uma
área também bastante delicada", disse Townshend.
(AB)
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