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Crítica restaurante
No Eat..., que tenta imitar rede italiana, mas não consegue, resultado é satisfatório
Casa, misto de restaurante, café e loja, inspira-se no famoso Eataly, de NY --mas é melhor não fazer comparações
Até pelas reticências no nome, o restaurante, café e loja Eat... praticamente confessa a tentativa de imitação do complexo gastronômico italiano Eataly, mais conhecido dos brasileiros por seu endereço de Nova York.
Como a diferença --de escala, de recursos, de aparência-- é gritante, e desfavorece os brasileiros, é melhor esquecer que se trata de uma cópia e pensar no endereço da Vila Olímpia sem comparações com o original.
O local nasceu em 2012, mas foi reaberto em abril deste ano tendo como único proprietário a importadora de alimentos La Pastina, após a saída dos demais sócios.
O complexo tem na entrada um café com balcão e mesas; depois, um espaço para venda de vinhos, wine-bar, empório, espaço para aulas e, no fundo, o restaurante, aberto para todo o ambiente.
O melhor momento para conhecer o Eat..., ao menos por enquanto, é no almoço, quando seus espaços têm mais vida com as pessoas que trabalham no bairro. No que se refere à oferta do restaurante, o resultado é satisfatório e sem preços abusivos.
Mesmo à noite, quando o movimento cai verticalmente e se poderia esperar um desempenho mais sonolento da cozinha, o resultado não compromete. São dois os chefs: Bertoni Vieira, 28, que foi cozinheiro no Josephine e no Fidel, e Ariana Costa, 25, que já trabalhava aqui desde o início de 2013.
O cardápio, tradicional italiano, traz detalhes atraentes --a popular lasanha vem numa versão burilada, com recheio de ragu de costela bovina no bafo, mozarela, queijo emmenthal e molho de tomate (um pouco seca, pena).
Tem bem menos reparo o prato de linguine de tinta de lula com frutos do mar, em que camarão, lula e polvo, envolvidos por molho de tomate fresco, têm um ponto correto.
Outra versão de um clássico é a milanesa feita com prime rib desossado, um bom corte para quem não quer servir vitelo; vem com tagliolini ao pesto de manjericão.
Ainda na tradição italiana, há grelhado de frutos do mar (camarão, lula, polvo e vôngole) com arroz cremoso; risotos (uma variação é o de camarão com chutney de manga), embora seu ponto não seja o forte da casa; e um bem cortado ossobuco de vitelo, com molho consistente.
Também para comer sem susto, fraldinha grelhada com nhoque de batata ao ragu de cogumelo fresco, e confit de pato com risoto ao vinho tinto.
EAT...
ENDEREÇO avenida Dr. Cardoso de Melo, 1.191, Vila Olímpia; tel. (11) 5643-5353
HORÁRIO de seg. a sáb., das 8h às 23h (o restaurante funciona das 12h às 15h e das 19h às 23h)
AMBIENTE enorme, galpão com café na entrada, restaurante no fundo, loja de vinhos, espaço para aula
SERVIÇO agora é mais profissional
VINHOS é possível escolher vários na loja, mas a carta tem garrafas que já estão em adega climatizada
CARTÕES D, M e V
PREÇOS entradas, de R$ 18 a R$ 25; pratos, de R$ 26 a R$ 69; sobremesas, de R$ 12 a R$ 21