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PRODUÇÃO
Regiões buscam explorar vocação das cidades para desenvolver estilo próprio e abandonar cópia do exterior
Pólos tentam dar cor local aos móveis do país
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Um olhar mais atento às lojas
de móveis paulistanas permite
ver que elas têm diferentes sotaques. Das populares às requintadas, as peças chegam do Sul, do
Sudeste, do Norte e do Nordeste.
O país tem 35 pólos consolidados e nove em desenvolvimento.
Juntos, concentram 13,5 mil micro, pequenas e médias empresas
e tentam achar uma alma verde-amarela para o setor.
Os pólos tradicionais estão nas
regiões Sul e Sudeste e respondem por 90% de tudo o que é feito. No Sul, as cidades de Bento
Gonçalves (RS), Arapongas (PR)
e São Bento do Sul (SC) são as de
maior destaque. As duas primeiras pelos móveis populares (em
aglomerado e MDF), e a outra pela produção em madeira maciça e
também destinada à exportação.
No Sudeste, a produção vai dos
populares às peças de designers
famosos, como as cadeiras do arquiteto Mies van der Rohe e do
designer Philippe Starck.
Mas a quantidade de fabricantes não é sinônimo de diversidade. Nem sempre percebem-se diferenças de desenho e estilo, principalmente nas produções em série. Segundo a arquiteta Brunete
Fraccaroli, ainda há a cultura da
cópia do design estrangeiro, mas
a prática tem sido revista.
"Os fabricantes estão percebendo que investir em design próprio
não é tão custoso e que os lucros
compensam o investimento", diz.
O consultor da Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do
Mobiliário) Marco Aurélio Lobo
Junior afirma que a preocupação
já faz parte da rotina de grande
parte das empresas e que a busca
por uma identidade e um desenho exclusivo tem sido o maior
desafio para a indústria.
"Móvel popular também precisa de design elaborado. Não é só
uma questão estética, mas de ergonomia e conforto."
Móvel ecológico
Em São Paulo há peças da região
amazônica, feitas com madeira
certificada. A designer Etel Carmona possui marcenaria em Valinhos (a 85 km de São Paulo) e faz
móveis há três anos em Xapuri
(AC). "A tarefa é trabalhosa, mas
gratificante. A preocupação também é social e econômica."
A Tora Brasil é outro exemplo.
No Pará, o agrônomo Cristiano
Ribeiro do Valle produz peças artesanais com comunidades locais.
(GIOVANA TIZIANI)
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