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AVANÇO
Cerca de 30% da produção é exportada; empresários planejam crescer em regiões como América Latina e África
Fábricas querem ampliar mercado lá fora
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Os móveis brasileiros querem
mostrar a cara também no exterior. Apesar da participação ainda
pequena (79% da produção mundial fica por conta dos países desenvolvidos), os fabricantes apostam na possibilidade de aumentar
o número de consumidores para
seus produtos na América Latina,
na Europa, na África e nos EUA.
A estimativa é que, atualmente,
cerca de 30% da produção seja
destinada ao mercado externo.
Os pólos do Sul são os principais exportadores. Santa Catarina
respondeu por 47% das exportações em 2001, seguido pelo Rio
Grande do Sul, com 30%.
"O pólo de São Bento do Sul
é grande exportador, e as empresas investem em móveis nos estilos europeu e norte-americano",
relata Marco Aurélio Lobo Junior,
consultor da Abimóvel.
Questão de gosto
Mas nem sempre é preciso adequar o design ao gosto dos estrangeiros. A Modecor, fábrica pertencente ao pólo de Ubá (MG),
trocou apenas as cores dos assentos das cadeiras para aumentar as
exportações para os EUA, segundo o diretor, Michel Pires.
Em Ubá, foi criada até uma associação, a Movexport, para facilitar a negociação de 11 empresas
da região com outros países.
"Nossos principais compradores
atualmente são México, Chile e
Angola", diz a gerente de exportação da associação, Elisângela Rocha Guimarães.
A Móveis Rimo, que pertence
ao pólo de Linhares (ES), é especializada em móveis populares,
mas está criando um setor para
produzir para os EUA e para os
Emirados Árabes Unidos. "Hoje,
exportamos 5% da produção,
mas a meta é chegar a 20%", diz o
presidente, Luiz Rigoni.
Já a Casa Verde, de Mirassol, interior de São Paulo, tem uma linha voltada para o mercado norte-americano. "Eles são mais conservadores e preferem os estilos
clássico e country", explica o proprietário, Luiz Henrique Dalul.
Visibilidade
Pensando em conquistar novas
áreas e ampliar mercados, 350 fabricantes de móveis irão participar da próxima Fenavem (Feira
Internacional de Móveis), que começa amanhã no Anhembi.
"Essa é uma ótima oportunidade para os produtores de regiões
mais distantes e isoladas mostrarem seu trabalho e conquistarem
consumidores em São Paulo e
também no exterior", afirma Flávio Machado, diretor da feira.
Foi o que aconteceu com a Kakakis Móveis, de Pernambuco,
que participou da última Fenavem, em 2001, e passou a vender
para lojas de São Paulo e Rio de
Janeiro. A coleção Jangada, do designer colombiano Jorge Montaña, produzida pela Kakakis, foi
exposta no Salão Satélite de Milão
deste ano. A nova coleção, inspirada no cangaço, será exibida na
próxima edição da feira.
Vikenkios Kakakis, que é também presidente do Sindimóveis-PE (Sindicato das Indústrias de
Móveis de Pernambuco), conta
que, desde o ano passado, tem-se
empenhado em difundir entre os
fabricantes a importância do investimento no design.
"Não adianta querer concorrer
com os pólos do Sul. Nós, aqui em
Recife, podemos aproveitar a riqueza da cultura nordestina para
fazer móveis com a cara regional e
ganhar compradores", explica
Kakakis.
(GIOVANA TIZIANI)
FENAVEM: de 4 a 8/8, das 13h às 21h, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, av.
Olavo Fontoura, 1.209. Entrada grátis para profissionais do setor. Informações:
0/xx/11/4688-6000 ou no site www.fenavem.com.br
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