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PROTEÇÃO
Móveis instalados a até 0,95 m do chão terão peças temperadas
Nova norma torna vidros da cozinha mais seguros
BRUNA MARTINS FONTES
EDITORA-ASSISTENTE DE CONSTRUÇÃO E IMÓVEIS
Na hora de escolher o que usar
nos móveis da cozinha, quem reflete sobre o vidro acha vários
pontos a seu favor. Ele é leve, durável, fácil de limpar e, além de colorido, imita até pedras e metais.
Em breve, mais um adjetivo deve ser incorporado definitivamente à lista: seguro. Ainda neste
ano, será aprovada uma norma
que exigirá o uso de vidro temperado no mobiliário para cozinha.
Segundo o texto, os vidros devem ser temperados em todo móvel que seja instalado a até 0,95 m
do piso. Se as peças estiverem acima dessa altura, só precisarão receber esse tratamento os vidros
que não estiverem encaixilhados.
O vidro temperado é mais seguro do que o comum por dois
motivos: é cinco vezes mais resistente a impactos e, quando quebra, estilhaça-se em pedacinhos, e
não em peças grandes e cortantes.
O texto da norma já passou por
consulta pública e será analisado
pela Comissão de Estudos de Móveis para Cozinha do Comitê Brasileiro do Mobiliário até outubro.
As ressalvas feitas pelo setor vidreiro foram ampliar essa altura
máxima para 1,10 m e incluir, no
manual do móvel, a informação
de que o vidro é temperado.
"Acredito que não haverá problemas e que a comissão aceitará
as sugestões, pois são pertinentes", afirma Fernanda de Campos
de Andrade, 29, chefe de secretaria do Comitê Brasileiro do Mo-
biliário. O texto aprovado será encaminhado para a publicação da
norma pela ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas).
A partir daí, os fabricantes terão
30 dias para se adequarem.
"Acho importante a iniciativa,
mas não deveria haver exceções",
diz Cesar Cini, diretor da Cinex,
fabricante de portas de alumínio e
vidro para a indústria moveleira.
Aumento de preços
Se, por um lado, fabricantes se
preocupam com a segurança, por
outro, consumidores ficam de
olho no preço dos móveis, já que
o vidro temperado custa cerca de
30% a mais do que o comum.
José Epaminondas Bonetti, 62,
gerente de desenvolvimento
de produtos da Kitchens, acha
que haverá pouco aumento. "A
influência do custo do vidro no
preço da cozinha é mínima."
"Equivale a 5%, em média, do
valor de uma cozinha", calcula Alcides Pasquali Filho, 53, diretor
administrativo-financeiro da Bertolini e presidente do Sindmóveis
(Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário de Bento
Gonçalves). "Deve pesar mais nos
móveis populares do que nos de
alto padrão, que já são feitos com
outros materiais caros", avalia.
Ainda no quesito segurança, o
próximo passo será fazer normas
para móveis de dormitórios, antecipa a chefe de secretaria do Comitê Brasileiro do Mobiliário.
"Quando falarmos de guarda-roupas, citaremos o vidro."
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