São Paulo, domingo, 05 de setembro de 2004

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TENDÊNCIA

Peças com apenas uma face pintada são destaque na decoração; temperados ganham em leveza e resistência

Vidro opaco ganha cores e espaço em casa

DA REDAÇÃO

Tendo a janela como porta de entrada, o vidro invadiu todos os ambientes da casa. "Está em alta na decoração e foi a grande tendência mostrada em Milão [no Salão Internacional do Móvel]", afirma o arquiteto Leo Shetman.
Para a arquiteta Brunete Fraccaroli, os pontos fortes do material são a transparência e a cor. "O vidro dá mais leveza e um ar moderno ao ambiente", opina. "Não existe um lugar em que não se possa usá-lo", garante.
Concordando com Fraccaroli, a arquiteta Cilene Monteiro Lupi acrescenta que o material pode ser instalado também na parede, no piso e em rodapés. "Em portas de armários e no piso, causa uma sensação de profundidade."
O modelo mais badalado no momento é o vidro opaco colorido. Em vez de ser totalmente pintado (ou seja, feito com a massa colorida), apenas uma de suas faces recebe a tinta.
"Aplica-se uma camada de esmalte cerâmico durante o processo de têmpera. A pintura fica muito resistente", explica Claudia Mitne, gerente de marketing e novos produtos da Glassec.
"Substitui até o jateado, com a vantagem de que não engordura", adiciona Carlos Henrique Mattar, 27, gerente de produto e marketing da Santa Marina Vitrage.
A Schott importa da Alemanha um outro tipo de vidro opaco colorido, o Opalika, que, em vez de ser pintado, resulta da fusão de duas peças -uma translúcida e uma colorida.
Mais bonito, o colorido pintado também é mais caro. Enquanto o metro quadrado de um vidro comum 8 mm custa R$ 85 e o do temperado 8 mm, R$ 111, segundo a fabricante Glassec, o serigrafado sai a partir de R$ 140 por m2. O colorido da Cinex custa R$ 235 o m2.

Porta indiscreta
O uso de vidro em móveis (como em portas e em prateleiras) está crescendo. "A tendência é aumentar ainda mais", analisa Miguel Sanchez Junior, 57, superintendente executivo da Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário).
A cozinha abre suas portas para o vidro. Segundo Wilson Farhat Junior, 37, vice-presidente da Anvid (Associação Nacional de Distribuidores e Processadores de Vidros Planos), 60% da produção de vidros para os fabricantes é aplicada em móveis para cozinhas. Essa porcentagem era de 20% em 1998.
O uso do temperado, segundo arquitetos, confere mais leveza aos móveis. Como é mais resistente, ele pode ser mais fino e mais leve do que o vidro comum. "Dá para fazer portas superleves, com 2,8 mm de espessura", pondera Farhat Junior.
Os laminados (duas "fatias" de vidro com uma película no meio) também oferecem boa proteção em caso de quebra, mas acabam ficando mais grossos do que os temperados.
"A tendência é optar pelos mais finos. Os fabricantes, que antes usavam chapas de 6 mm, estão comprando peças de 3 mm ou 4 mm", afirma Mitne.
Os consumidores ainda resistem um pouco a deixar o interior dos armários das cozinhas exposto pela transparência das portas. "Na feira [Salão Internacional do Móvel] de Milão sugere-se muito o uso do vidro, mas o público ainda não aceita a idéia", diz José Epaminondas Bonetti, gerente de desenvolvimento de produtos da Kitchens. "A preferência é pelo acidato, que é fosco."
Cilene Monteiro Lupi afirma enfrentar a mesma resistência e diz que "99% dos clientes pedem para que o vidro não seja transparente". (BRUNA MARTINS FONTES)


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