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TENDÊNCIA
Peças com apenas uma face pintada são destaque na decoração; temperados ganham em leveza e resistência
Vidro opaco ganha cores e espaço em casa
DA REDAÇÃO
Tendo a janela como porta de
entrada, o vidro invadiu todos
os ambientes da casa. "Está em alta na decoração e foi a grande tendência mostrada em Milão [no
Salão Internacional do Móvel]",
afirma o arquiteto Leo Shetman.
Para a arquiteta Brunete Fraccaroli, os pontos fortes do material
são a transparência e a cor. "O
vidro dá mais leveza e um ar
moderno ao ambiente", opina.
"Não existe um lugar em que não
se possa usá-lo", garante.
Concordando com Fraccaroli, a
arquiteta Cilene Monteiro Lupi
acrescenta que o material pode
ser instalado também na parede,
no piso e em rodapés. "Em portas
de armários e no piso, causa uma
sensação de profundidade."
O modelo mais badalado no
momento é o vidro opaco colorido. Em vez de ser totalmente pintado (ou seja, feito com a massa
colorida), apenas uma de suas faces recebe a tinta.
"Aplica-se uma camada de esmalte cerâmico durante o processo de têmpera. A pintura fica muito resistente", explica Claudia
Mitne, gerente de marketing e novos produtos da Glassec.
"Substitui até o jateado, com a
vantagem de que não engordura",
adiciona Carlos Henrique Mattar,
27, gerente de produto e marketing da Santa Marina Vitrage.
A Schott importa da Alemanha
um outro tipo de vidro opaco colorido, o Opalika, que, em vez de
ser pintado, resulta da fusão de
duas peças -uma translúcida e
uma colorida.
Mais bonito, o colorido pintado
também é mais caro. Enquanto o
metro quadrado de um vidro comum 8 mm custa R$ 85 e o do
temperado 8 mm, R$ 111, segundo
a fabricante Glassec, o serigrafado
sai a partir de R$ 140 por m2. O colorido da Cinex custa R$ 235 o m2.
Porta indiscreta
O uso de vidro em móveis (como em portas e em prateleiras)
está crescendo. "A tendência é aumentar ainda mais", analisa Miguel Sanchez Junior, 57,
superintendente executivo da
Abimóvel (Associação Brasileira
das Indústrias do Mobiliário).
A cozinha abre suas portas para
o vidro. Segundo Wilson Farhat
Junior, 37, vice-presidente da Anvid (Associação Nacional de Distribuidores e Processadores de
Vidros Planos), 60% da produção
de vidros para os fabricantes é
aplicada em móveis para cozinhas. Essa porcentagem era de
20% em 1998.
O uso do temperado, segundo
arquitetos, confere mais leveza
aos móveis. Como é mais resistente, ele pode ser mais fino e
mais leve do que o vidro comum.
"Dá para fazer portas superleves,
com 2,8 mm de espessura", pondera Farhat Junior.
Os laminados (duas "fatias" de
vidro com uma película no meio)
também oferecem boa proteção
em caso de quebra, mas acabam
ficando mais grossos do que os
temperados.
"A tendência é optar pelos mais
finos. Os fabricantes, que antes
usavam chapas de 6 mm, estão
comprando peças de 3 mm ou 4
mm", afirma Mitne.
Os consumidores ainda resistem um pouco a deixar o interior
dos armários das cozinhas exposto pela transparência das portas.
"Na feira [Salão Internacional do
Móvel] de Milão sugere-se muito
o uso do vidro, mas o público ainda não aceita a idéia", diz José
Epaminondas Bonetti, gerente de
desenvolvimento de produtos da
Kitchens. "A preferência é pelo
acidato, que é fosco."
Cilene Monteiro Lupi afirma
enfrentar a mesma resistência e
diz que "99% dos clientes pedem
para que o vidro não seja transparente".
(BRUNA MARTINS FONTES)
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