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MÚLTIPLA ESCOLHA
Recursos como o sistema tintométrico ajudam a achar o tom ideal; consultor orienta escolha da tinta
Tintas vibrantes aquecem o mercado
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Nos últimos cinco anos, a procura por tons como o branco e o
gelo esfriou. Se representavam
75% das vendas de tintas, hoje esse percentual baixou para 60%.
Há pouco tempo, a preferência
dos clientes era por pintar a casa
com cores discretas -o que incluía o cinza e o camurça- , mas
agora eles passam a se aventurar
em busca de tons mais vívidos.
"Os consumidores têm buscado
acabamentos mais requintados,
diferentes do fosco", opina Fábio
Ruiz, gerente de produtos da unidade química da Eucatex.
Ele acrescenta que o percentual
de compras de galões de tintas coloridas está aumentando ano a
ano, assim como a participação
do acabamento acetinado.
A mola propulsora dessa mudança é o sistema tintométrico,
que funciona quase como uma
minifábrica de tintas, pois é possível escolher tonalidades em uma
grande cartela de cores.
"Só ele dá a garantia futura da
reprodução fiel da cor, como não
era possível com as bisnagas de
corantes", contextualiza Patrícia
Fecci, gerente de produtos da
Sherwin-Williams.
Se as pessoas estão mais dispostas a abandonar o pastel em favor
de cores mais vivas, as preferidas
são os tons de terra, amarelos, alaranjados e cítricos (verdes), segundo Valéria Tavares, coordenadora do Grupo Pró-Cor do Brasil.
O arquiteto João Carlos de Oliveira Cesar, consultor de cores em
ambientes e professor da FAU-USP, lembra que a tradição do
paulista remete à imigração italiana dos anos 1920 e 30 e é colorida.
"Basta lembrar do vermelhão da
cozinha das nossas avós", aponta.
Combinação de cores
A dona-de-casa Ana Rosa Carvalho da Silva, 39, diz que sonhava
colocar cor nas paredes de seu novo apartamento, mas confessa
que se sentia "perdida". Resolveu
procurar um consultor de cores
para pedir sugestões.
"Quando aprovamos as cores
mais ousadas, ficamos meio inseguros. Mas valeu a pena. O consultor nos deu a medida certa das
cores e dos tons", conta.
No quarto do casal, o abóbora
foi aplicado na parede em frente à
cama e nas extremidades da parede da cabeceira, em contraste
com o branco.
Já no quarto do filho Tiago, 14,
desenhos geométricos se cruzam
no ar, brincando com uma paleta
de azuis, verdes, cinzas e amarelos, quase todos em tons pastel.
A arquiteta Andrea Leitner prefere o contraste entre pontos de
intensa luminosidade que chamem a atenção e dêem a sensação
de amplitude -como paredes
pintadas de branco- e cenas
quentes, que promovam o aconchego. "Esse jogo de atrair e envolver é bastante interessante."
A diversidade cromática é a meta para João Carlos Cesar. "O predomínio de uma cor quente vibrante pode e deve ser quebrado
com móveis de madeira e plantas.
E os tapetes servem bem como
compensação de cores", pondera.
Essa ousadia na hora de escolher o revestimento das paredes
tem futuro, segundo fabricantes.
"O consumidor pode hoje pintar
não só para "limpar" mas também
para obter a cor com que sonhou", afirma Dilson Ferreira,
presidente da Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de
Tintas). "O sistema tintométrico
reproduz a cor com exatidão. Basta anotar seu código."
"A tendência é ajudar o consumidor a escolher os produtos
bons. Mas isso não vai acontecer
de uma hora para outra. O cliente
é enganado e, muitas vezes, tem
até vergonha de reclamar", completa Douver Martinho, diretor da
Tintas Universo.(NB)
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