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MATERIAIS
Medidas aprovadas na ABNT entram em vigor no mês que vem; fabricantes terão 30 dias para se adequarem
Norma põe tintas ruins contra a parede
BRUNA MARTINS FONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Uma nova medida traz a perspectiva de remover do mercado
as tintas de má qualidade. Foi
aprovada na ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas)
uma norma que estabelece parâmetros mínimos de qualidade para duas características das látex
econômicas de cores claras: cobertura e resistência à abrasão.
O texto que especifica esses dois
parâmetros aguarda publicação,
o que deve ocorrer no próximo
mês. Depois disso, as empresas terão 30 dias para se adequarem.
"Esses são os principais requisitos para medir a qualidade das
econômicas", comenta Dilson
Ferreira, 59, presidente-executivo
da Abrafati (associação dos fabricantes), que promove o programa
de melhoria das tintas que deu
origem aos textos da norma.
Responsável por mais de 50%
das vendas de tintas no país, a linha econômica custa menos, mas
poupar tem seu preço. "A forma
de baratear é tirar algumas matérias-primas caras, e a principal
delas é a resina", explica Javier Baños, 30, gerente regional de marketing da Rohm and Haas, que fabrica resinas e aditivos.
Com pouca resina, a película
formada pela tinta fica porosa,
adere menos, suja mais e resiste
menos a intempéries. Outro item
que rareia nas econômicas é o
dióxido de titânio, pigmento que
dá a cor branca e a opacidade.
"Em geral, aplica-se um selador
e duas demãos de tinta para cobrir uma superfície. Mas em testes
já tive de passar até oito demãos",
diz Kai Loh Uemoto, 56, coordenadora da comissão de tintas para
construção civil da ABNT.
Os fabricantes de tintas aprovam a nova norma. "É um divisor
de águas no mercado. Abaixo
desses parâmetros, não dá nem
para considerar que o produto seja uma tinta", avalia Wilson Zenha Junior, 39, gerente de serviços
ao mercado da Suvinil.
Preparação
O bom acabamento da pintura
não depende só de uma tinta de
boa qualidade. Além de ser compatível com as características do
ambiente, a superfície deve ser
preparada para recebê-la.
As tintas acrílicas resistem mais
a lavagens e intempéries do que as
do tipo PVA (sigla em inglês para
acetato de polivinil), que têm resina vinil acrílica. Dentro de casa, as
acrílicas brilhantes agüentam
mais lavagens por levarem mais
resina. Por outro lado, ressaltam
as imperfeições da superfície.
Falhas de pintura, como soltar
pó, descascar ou apresentar bolhas e mofo, podem ser evitadas
tomando cuidados básicos.
Antes de pintar paredes novas, é
necessário esperar que todos os
seus componentes sequem. "Se a
argamassa leva cal, precisa de 15
dias para secar. O período aumenta para 28 dias em locais sem
ventilação", exemplifica a engenheira Eliene Ventura da Costa,
38, do departamento técnico da
Otto Baumgart. Sem a cal, deve-se
esperar uma semana.
Quanto à umidade, não adianta
apenas passar a tinta em cima de
manchas escuras. É preciso resolver o problema para que ele não
volte a aparecer.
"O correto é refazer o chapisco,
o reboco e a pintura usando impermeabilizantes, que formam
uma camada espessa contra a infiltração", afirma Costa.
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