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São Paulo, domingo, 29 de junho de 2003

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A ESCOLHA DO MATERIAL

Modelos de cerâmica são mais baratos, mas quebram facilmente; arquitetos sugerem alternativas como telhas de concreto

Opções incluem barro, concreto e vidro

Divulgação
PIGMENTAÇÃO As telhas cerâmicas utilizadas no projeto dos arquitetos Olegário de Sá e Gilberto Cione passaram por um processo industrial de pigmentação que conferiu cor branca às peças para refletir calor; uma camada de esmalte de alto brilho evita a aderência de sujeira e outros resíduos de poluição

FERNANDA MEDEIROS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Não é fácil escolher o tipo de cobertura mais adequado a cada construção. A variedade de preços e modelos é grande, e o cliente deve atentar a detalhes.
É preciso verificar questões como inclinação e rendimento, além do custo da mão-de-obra, tipo de encaixe e o eventual uso de arames, parafusos, silicone e outros artifícios do gênero.
No momento, a queridinha dos arquitetos é a telha de concreto. Mais resistente que a de cerâmica, ela conquistou os telhados pelo cinza natural, que não briga com a cor da casa, pela variedade de modelos, pela durabilidade e pela facilidade de manuseio. Além disso, a absorção de água é baixa, não sobrecarregando o telhado em dias de chuva.
As desvantagens são o valor e a temperatura. A unidade custa 2,5 vezes o preço de uma similar de cerâmica -R$ 1,15 e R$ 0,45, respectivamente. O concreto também afeta o ambiente. "É condutor de calor", diz o arquiteto Carlos Eduardo Carneiro.
De acordo com o técnico em coberturas do Senai-SP Antônio Alves Goulart, o barro das telhas de cerâmica restringe a passagem do calor, o que diminui em até 5% a sensação térmica do ambiente. "O encaixe imperfeito, que poderia ser um ponto negativo, acaba auxiliando na refrigeração."
A cobertura de cerâmica continua sendo a mais lembrada, principalmente quando a intenção é dar ao projeto um certo aconchego. "Elas têm um quê de casa de interior", diz a arquiteta Flávia Ralston, 41. "Talvez porque, embora industrializadas, ainda lembrem o trabalho artesanal."
De acordo com ela, o fato de terem melhor preço é bastante discutível. "As cerâmicas são mesmo mais baratas, mas apresentam perdas no transporte e colocação que podem chegar a 20%, enquanto as telhas de concreto têm apenas 5% de perda."
Fora isso, alguns modelos em concreto suportam inclinação de até 96% sem necessidade de "costurar" a telha no ripamento. Já no caso da de cerâmica, a inclinação não pode ser maior que 40%.
Apesar de menos cotados, há vários outros tipos. Fibra vegetal, vidro, policarbonato, PVC, aço galvanizado e alumínio também fazem parte do grupo de materiais que compõem um telhado.

Metal
Indicadas para a indústria, as telhas metálicas de aço e alumínio não proporcionam conforto térmico e acústico. Mais barato que o alumínio (que é resistente à maresia), o aço não exige reforço nas estruturas. "O que não significa economia", alerta Goulart. "Como transmite praticamente todo o calor e o barulho, não dá nem para pensar em usá-lo sem pelo menos um forro de isopor ou uma laje."
Se a região onde está a casa tem muito vento ou árvores, pode haver goteiras recorrentes. Uma opção é usar telhas de fibrocimento. Com boa qualidade termoacústica, desde que haja entrada e saída de ar na cobertura, o fibrocimento é valorizado pela facilidade de reinstalação e resistência, além do preço, que pode chegar a até 50% menos que uma telha de concreto. "A mão-de-obra é bem mais barata", declara Goulart.
Telhas de vidro e policarbonato são caras (até R$ 40 a peça), mas podem ser misturadas a outros materiais. "Em algumas casas com necessidade de iluminação natural, é a melhor solução", diz a arquiteta Luciana Pastore.


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