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SAÚDE
Dermatologistas recomendam banhos mornos e rápidos; idosos são os que mais sofrem com os efeitos do frio
Pele ressecada lidera queixas no inverno
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
A 20 dias do início oficial do inverno brasileiro, o corpo já começa a sentir os efeitos do frio. O primeiro deles é o ressecamento da
pele, queixa campeã nos consultórios de dermatologia. A baixa
umidade do ar e o fato de as pessoas tomarem banhos mais quentes e demorados são apontados
pelos médicos como os principais
fatores do ressecamento.
A hidratação natural da pele é
garantida pela camada mais externa, que impede a perda de líquido. Quando o corpo é exposto
à água quente, aos sabonetes e,
principalmente, às buchas, essa
capa de proteção natural, chamada de lipoproteica, é removida, fazendo com que a pele perca água
para o meio e desidrate. Assim, as
áreas do corpo mais atingidas são
as mais expostas, como a face, as
pernas, os braços e as mãos.
Segundo o dermatologista Mário Glinblat, do hospital Albert
Einstein, as partes que exigem
mais sabonete são as áreas de dobras, pregas e onde há secreção.
No resto do corpo, afirma ele, é
melhor só usar água. Os adeptos
de banhos de imersão precisam
redobrar os cuidados. Uma dica é
passar óleo de banho no corpo
antes de entrar na banheira.
Nos idosos e nas mulheres pós-menopausa, o ressecamento tende a ser mais severo porque a regeneração das células da pele é
mais lenta. "Há perda da capacidade de reter água", diz a dermatologista Samantha Neves.
O ressecamento causa descamação da pele, coceira e lesões eczematosas em qualquer parte do
corpo. Quando não tratadas, essas lesões levam ao aparecimento
de microfissuras e rachaduras e,
em casos mais graves, ao surgimento de feridas.
É o caso do aposentado Roberto
Ayoub, 75, que sofreu durante um
ano e meio de coceiras pelo corpo.
Passou por mais de uma dezena
de médicos e só conseguiu acertar
no tratamento quando já tinha feridas nos braços e cabeça. "Com
os cremes que a médica receitou,
em 12 dias ele já estava ótimo",
lembra sua mulher, Lídia Ayoub.
Precavida, a empresária Ester
Rymer, 56, usa diariamente oito
tipos de cremes para conter o ressecamento. Orientada pela dermatologista, ela varia as substâncias do creme de acordo com as
estações do ano.
Quando viaja ao exterior,
Rymer procura obter informações sobre o clima do lugar para
levar na bagagem um hidratante
adequado. "Com todos esses cuidados, consigo conter o ressecamento mesmo no inverno", diz.
Mas, mesmo se lambuzando de
cremes, muitas pessoas não conseguem a hidratação desejada.
Nesses casos, segundo a dermatologista Denise Steiner, da Sociedade Brasileira de Dermatologia,
uma dica é mudar o hidratante
para um tipo mais "potente".
Há basicamente dois tipos de
hidratantes: os oclusivos e os ativos. Os primeiros, à base de ácido
láctico ou lactado de amônia, formam uma película protetora que
não deixa a água da pele escapar.
Os ativos possuem na formulação substâncias com maior capacidade de absorção e que, por isso, retêm mais água. Alguns também promovem uma microesfoliação da pele, provocando uma
troca mais rápida das células.
Outro problema que tende a se
agravar neste período é a caspa,
uma forma de dermatite seborréica. Ela aparece tanto em homens
quanto em mulheres, especialmente a partir dos 20 anos. A dica
para minimizar o problema é não
esfregar o couro cabeludo com a
unha, lavar o mesmo periodicamente e evitar banhos quentes.
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