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Mãe demora para mover ação na Justiça
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ESCADA
Os resultados dos exames patrocinados pelo projeto "DNA Já"
revelam que a maioria das mães
conhece a identidade dos pais de
seus filhos, mas, por muitas vezes
prefere aguardar até vários anos a
oportunidade de mover na Justiça
uma ação de investigação de paternidade.
Dos 43 testes de DNA realizados
pelo programa, 37 foram confirmados. Há pelo menos um caso
de um homem que se submeteu a
dois exames reivindicados por
mulheres diferentes, com resultados positivos. Os filhos, já adultos,
foram assumidos pelo pai.
"A verdade é que o tempo vai
passando, e a gente acaba se acomodando com a situação", diz a
escriturária Ilda de Carvalho Silva, 35, que mora em Ribeirão, cidade vizinha a Escada.
Mãe de uma adolescente de 14
anos, ela só decidiu reivindicar a
paternidade da filha há cinco
anos, quando o desemprego se
juntou à insistência da garota, que
se sentia discriminada.
"Minha filha sempre soube de
tudo, mas só fui à Justiça quando
vi que não teria condições de
mantê-la", afirmou.
O processo, entretanto, ficou
parado porque Silva não conseguia pagar um exame de DNA, e o
suposto pai se recusava a custear
o teste.
Em 2002, ela procurou o projeto
"DNA Já" e conseguiu realizar a
perícia no mesmo ano. O resultado saiu em 20 dias e foi positivo. A
sentença saiu seis meses depois,
mas o suposto pai recorreu, exigindo uma contraprova.
"Faço todos os exames que ele
quiser", disse a mulher, que, apesar de ainda não receber ajuda financeira, já conseguiu registrar a
filha com o sobrenome do pai.
A fiandeira Maria da Silva Santos, 35, também conseguiu comprovar a paternidade de sua filha
de 4 anos, mas, assim como a escriturária, ainda não obteve ajuda
financeira para criar a menina.
"Agora, é só questão de tempo",
diz ela, que se casou há dois anos e
espera o segundo filho.
A dona-de-casa Léia Ferreira da
Silva, 25, concorda com a fiandeira. Um mês após obter a paternidade do filho de 4 anos, ela começou a receber pensão de R$ 80.
"É pouco, mas é importante para quem não tem renda nenhuma", afirma a mulher.
No escritório da advogada idealizadora do programa, Maria Barbosa da Silva, o movimento de
mulheres e crianças é grande durante todo o dia.
Algumas, como a professora
Rosa de Fátima de Abreu, 38,
acreditam que ali terão uma chance para reabrir seus processos parados há anos na Justiça.
A professora moveu uma ação
de investigação de paternidade há
15 anos, quando seu filho completou um ano de vida.
Nesse período, houve pouco
avanço. Há três meses, ela decidiu
procurar o projeto. Seu processo,
agora, já está em fase de tentativa
de conciliação. Se não houver
acordo, ela terá o exame de DNA
custeado pelo programa.
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