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Aparelho da Embrapa é o melhor
DA EQUIPE DE TRAINEES
Imagine um aparelho eletrônico que pode sentir gosto da mesma forma que os seres humanos,
mas de 1.000 a 10.000 vezes melhor. Conhecida como a "língua
eletrônica", a inovação já está ajudando as indústrias de vinho e café. Com um detalhe: o melhor
modelo do gênero é brasileiro.
Apesar de haver outras versões,
algumas até comercializadas, o
aparelho desenvolvido pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) de São Carlos é o que tem maior sensibilidade e velocidade de percepção.
A língua brasileira tem capacidade 30 mil vezes maior que a do
melhor modelo estrangeiro para
diferenciar, por exemplo, sal e
açúcar dissolvidos em água. Numa aproximação grosseira, a estrangeira consegue identificar
uma concha de açúcar e uma colher de sopa de sal dissolvidas numa garrafa, enquanto a brasileira
é capaz de identificar a mesma
quantidade das substâncias numa
piscina com 17 mil litros.
O equivalente eletrônico da língua humana não é implantável,
mas, além de ser um aliado para
atestar a qualidade na indústria
de alimentos e bebidas, pode auxiliar no controle ambiental, analisando a contaminação.
"A idéia nasceu justamente de
um sensor que a Embrapa tinha
para pesticidas", afirma Luiz
Henrique Capparelli Mattoso, 42,
o coordenador do projeto. "Há
menos de dez grupos de pesquisa
que trabalham com "línguas" no
mundo, mas a nossa técnica é a
que vem apresentando melhores
resultados", diz o cientista Antonio Riul Júnior, 34. O projeto já foi
destaque da revista "Nature" e do
canal de TV "Discovery".
Os sensores são placas de ouro
cobertas por uma camada de um
plástico condutor, 50 mil vezes
mais fina que um fio de cabelo. O
dispositivo foi construído em colaboração com Alan MacDiarmid, da Universidade da Pensilvânia, Nobel de Química de 2000.
(MARCUS VINICIUS MARINHO)
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