São Paulo, domingo, 01 de dezembro de 2002

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RUMO À PRAIA

Abertura de pista da Imigrantes deve levar movimento recorde à Baixada Santista; infra-estrutura é preocupação

Estrada nova vai promover invasão do litoral

DA REPORTAGEM LOCAL

A segunda pista da rodovia dos Imigrantes será inaugurada no próximo dia 17, e liberada ao tráfego no dia seguinte, com a expectativa de levar um movimento recorde de veículos ao litoral sul de São Paulo -que deve passar de 1 milhão no Natal e Réveillon- e a promessa de não deixar os motoristas parados na serra -mas "apenas" nos gargalos da capital e na chegada à Baixada Santista.
As prefeituras prevêem uma revalorização das praias da região e um incremento das populações moradora e flutuante.
Mas a abertura da estrada suscita preocupações sobre a capacidade do litoral sul de receber mais gente. A área tem hoje 1,5 milhão de habitantes e recebe 4 milhões de turistas nas temporadas.
Ambientalistas temem que sejam agravados os problemas de infra-estrutura já existentes, como a falta de água, de tratamento do esgoto e de lugares adequados para a destinação do lixo -impactos que os prefeitos negam.
Para a Sabesp, a expectativa de crescimento anual da população deve subir de 4% para 7%.
O setor imobiliário já detectou uma "invasão" de construtoras paulistanas em Santos, e os preços praticados estão 10% mais altos. Na segurança pública, os principais problemas são os furtos e roubos. A polícia avalia que "todo fim de semana será um feriado prolongado", pois o número de turistas crescerá no ano inteiro.
A Folha ouviu sete dos nove prefeitos da Baixada. Eles avaliam que a segunda pista da Imigrantes vai alavancar a economia da região, travada pela saturação do sistema rodoviário, mas apontam impactos negativos localizados.
A Prefeitura de Praia Grande fez uma pesquisa com 10 mil turistas em 2001: 18% disseram que se mudariam com certeza para lá após a abertura da estrada; 60% admitiam essa possibilidade. Em São Vicente, espera-se 50% a mais de turistas do que o habitual.
Os efeitos em toda a Baixada Santista ainda não serão drásticos neste verão 2002/03 -a demanda reprimida é estimada em 10%. Mas a tendência é que se agravem em tempo reduzido -a situação da estrada nos picos deve voltar à situação atual em até oito anos. (ALENCAR IZIDORO, DAGUITO RODRIGUES, MARIANA VIVEIROS, SÉRGIO DURAN e ALESSANDRO SILVA)


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