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RUMO À PRAIA
Abertura de pista da Imigrantes deve levar movimento recorde à Baixada Santista; infra-estrutura é preocupação
Estrada nova vai promover invasão do litoral
DA REPORTAGEM LOCAL
A segunda pista da rodovia dos
Imigrantes será inaugurada no
próximo dia 17, e liberada ao tráfego no dia seguinte, com a expectativa de levar um movimento recorde de veículos ao litoral sul de
São Paulo -que deve passar de 1
milhão no Natal e Réveillon- e a
promessa de não deixar os motoristas parados na serra -mas
"apenas" nos gargalos da capital e
na chegada à Baixada Santista.
As prefeituras prevêem uma revalorização das praias da região e
um incremento das populações
moradora e flutuante.
Mas a abertura da estrada suscita preocupações sobre a capacidade do litoral sul de receber mais
gente. A área tem hoje 1,5 milhão
de habitantes e recebe 4 milhões
de turistas nas temporadas.
Ambientalistas temem que sejam agravados os problemas de
infra-estrutura já existentes, como a falta de água, de tratamento
do esgoto e de lugares adequados
para a destinação do lixo -impactos que os prefeitos negam.
Para a Sabesp, a expectativa de
crescimento anual da população
deve subir de 4% para 7%.
O setor imobiliário já detectou
uma "invasão" de construtoras
paulistanas em Santos, e os preços
praticados estão 10% mais altos.
Na segurança pública, os principais problemas são os furtos e
roubos. A polícia avalia que "todo
fim de semana será um feriado
prolongado", pois o número de
turistas crescerá no ano inteiro.
A Folha ouviu sete dos nove
prefeitos da Baixada. Eles avaliam
que a segunda pista da Imigrantes
vai alavancar a economia da região, travada pela saturação do
sistema rodoviário, mas apontam
impactos negativos localizados.
A Prefeitura de Praia Grande fez
uma pesquisa com 10 mil turistas
em 2001: 18% disseram que se
mudariam com certeza para lá
após a abertura da estrada; 60%
admitiam essa possibilidade. Em
São Vicente, espera-se 50% a mais
de turistas do que o habitual.
Os efeitos em toda a Baixada
Santista ainda não serão drásticos
neste verão 2002/03 -a demanda
reprimida é estimada em 10%.
Mas a tendência é que se agravem
em tempo reduzido -a situação
da estrada nos picos deve voltar à
situação atual em até oito anos.
(ALENCAR IZIDORO, DAGUITO RODRIGUES, MARIANA VIVEIROS, SÉRGIO DURAN
e ALESSANDRO SILVA)
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