São Paulo, domingo, 01 de dezembro de 2002

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Pedágio pode sofrer aumento

DA REPORTAGEM LOCAL

A segunda pista da Imigrantes foi bandeira de campanha da gestão Mário Covas/Geraldo Alckmin (PSDB), embora tenha sido feita pela Ecovias. A empresa teve que construí-la -gastou US$ 300 milhões- após obter a concessão do sistema Anchieta-Imigrantes, em 1998, e adiantou em seis meses a entrega, prevista para 2003.
Conforme ressaltou Alckmin durante a última disputa eleitoral, não será erguida mais nenhuma praça de pedágio por causa da abertura dos 21 km de estrada. Haverá, porém, uma revisão das tarifas da Ecovias, que ainda não foi anunciada oficialmente por ele, mas que poderá encarecer a viagem de muitos usuários.
O contrato da concessionária prevê mudanças nas tarifas dos pedágios, até porque aumentará a malha sob administração dela.
Os valores estão sendo calculados pela Artesp (agência estadual que regula as concessões), mas as projeções feitas há quatro anos, que constam do contrato obtido pela Folha, indicavam que a alta podia alcançar 48% -na época, de R$ 4,20 para R$ 6,20- em postos da Anchieta e da Imigrantes.
Como contrapartida, haveria uma redução -de R$ 4,20 para R$ 2,80 e R$ 1,60- nos pedágios das rodovias Padre Manoel da Nóbrega e Piaçaguera-Guarujá, respectivamente, utilizadas por quem se desloca entre os municípios do litoral sul paulista.
Os valores, hoje, são diferentes, e a tarifa nessas praças já atinge R$ 6,60. A viagem ficaria mais cara para os motoristas que só pagam pedágio na ida -por exemplo, os que saem de São Paulo e se dirigem a Cubatão e Santos.
A assessoria da Artesp informou que os novos preços serão definidos antes da inauguração. Caberá a Alckmin, entretanto, avalizar a decisão -e não é descartada a hipótese de ele dar subsídios para abdicar do aumento.
Enquanto a Ecovias adiantou em quase seis meses a entrega da segunda pista, houve atraso nas obras complementares, que ficaram a cargo do governo.
A duplicação da Imigrantes do km 59 ao km 62 era a principal. O Estado não fez a obra, mas, neste ano, sem tempo para fazer licitação, repassou-a para a concessionária, que recebeu R$ 42 milhões e irá terminá-la neste mês -essa era uma possibilidade contratual.
Há obras complementares, porém, que ainda não saíram do papel. Estimadas em R$ 104 milhões, elas incluem, por exemplo, a duplicação da Imigrantes do km 62 ao km 67,7, com viadutos para a retirada de semáforos.
O superintendente do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), Pedro Ricardo Blassioli, afirma que elas não foram feitas por falta de dinheiro, mas que os projetos estão prontos. "Tecnicamente, não haverá muito prejuízo ao trânsito agora." A Ecovias concorda com essa avaliação, mas ressalta que elas serão necessárias para os próximos anos. (AI)


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