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Difícil mesmo é namorar a rainha da bateria e não morrer de ciúme
ARMANDO ANTENORE
DA REPORTAGEM LOCAL
Empurrar carro alegórico por
toda a avenida. Difícil.
Sambar no alto do carro sem
perder o equilíbrio. Muito difícil.
Usar fantasia pesada em pleno
verão. Dificílimo.
No Carnaval, entretanto, não há
nada mais penoso do que namorar a rainha da bateria. É, pelo menos, o que Alexandre de Alcantara Machado, 22, parecia sentir ontem de madrugada.
O estudante de publicidade não
tirava o olho de Bruna Ancheschi
-a jovem de biquíni prateado
que, no sambódromo paulistano,
ora posava para os fotógrafos, ora
se deixava elogiar por fãs cheios
de mãos. "Tenho ciúme, sim. Um
pouco", confessou o rapaz. "Mas
não a reprimo. Ela adora a festa e
está linda..."
Mal completou a frase, notou
que o ex-jogador Raí rodeava a
moça. Beijinhos, abraços, Bruna
tratou logo de colocar os pingos
nos is. "Ô, Raí, aquele é o Alexandre. Meu namorado."
Descendente de italianos, patinadora artística e primeiranista
de jornalismo, Bruna, 18, sai pela
Rosas de Ouro desde 97. Tornou-se rainha da bateria em 99 e não
abandonou mais o posto. À medida que ganha idade, vê o biquíni
diminuir. "Nunca botei um tão
pequeno. Ficou charmoso, né?"
Durante o desfile, Alexandre se
mantém sempre próximo de Bruna. "Sou o que, nas escolas, a turma chama de apoio." Em outras
palavras: atua como uma espécie
de segurança particular, impedindo a aproximação de desavisados.
Não consegue, porém, evitar os
gracejos. "Mano", suspirava o
atendente de estacionamento
Cláudio Pereira da Silva, "te juro:
hoje, queria virar uma bateria. Só
para que a rainha ali passasse a
noite batendo na minha pessoa."
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