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SAÚDE
Moradora recorre à Justiça para ter acesso a benefícios
Portador de diabetes sofre com falta de remédio em Ribeirão
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Portadores de diabetes em Ribeirão Preto, apesar de terem direitos garantidos por lei, reclamam da falta de medicamentos e
instrumentos para fazer o autocontrole da doença. Em alguns
casos, mesmo com a apelação judicial, a demora para ter acesso
aos equipamentos chega a até oito
meses. Segundo os pacientes, não
é raro faltar medicamentos.
Pela lei estadual nš 10.782, o SUS
(Sistema Único de Saúde) "tem de
prestar atenção integral à pessoa
portadora de diabetes". A lei, de
2001, dá "o direito à medicação e
aos instrumentos e materiais de
auto-aplicação e autocontrole, visando a maior autonomia possível por parte do usuário".
A aposentada Aparecida Augusta da Silva Marques, 65, disse
que consome quatro tipos de medicamento e que sempre os retirou no posto da Vila Virgínia. A
partir da reforma do posto, no entanto, ela passou a ter dificuldades
para receber os remédios.
Ganhando um salário mínimo
por mês, a aposentada contou que
se esforça para comprar os medicamentos, mas nem sempre é
possível. "Tem remédio que eu
nem compro. Fico "morrendo" de
medo de passar mal à noite", diz.
A dona-de-casa Maria Cristina
Pitanga, 44, diz que no posto do
Simioni, onde é atendida, chegou
a faltar insulina duas vezes em
2003. Ela usa o hormônio diariamente para equilibrar a taxa de
açúcar no organismo.
Além dos medicamentos, todos
os pacientes e familiares ouvidos
pela Folha reclamaram do não-fornecimento dos aparelhos e fitas para a medição do índice de
glicemia -taxa de açúcar.
A publicitária Adriana Jorge, 38,
descobriu há quatro meses que
sua filha Paula Grano, 13, tem diabetes. Para facilitar a medição,
comprou o glicosímetro -aparelho que mede a taxa de açúcar-,
mas tem tido dificuldade para
custear as fitas de medição. Ela
afirma que tem usado duas fitas
de 50 marcações cada. Ao todo, o
gasto chega a R$ 274 por mês.
A publicitária decidiu entrar na
Justiça para obter as fitas por
meio do SUS. Somente três casos
parecidos foram parar na Justiça
em Ribeirão Preto até hoje.
O pedreiro Alcinésio Morais, 34,
tem um filho de três anos com
diabetes. Ganhando um salário de
R$ 450, ele afirma que não tem como comprar o aparelho de medição nem como levar o filho ao
posto com freqüência. "Meu filho
tem ficado "ao deus-dará"", diz.
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