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BASTIDORES
Para marqueteiros, medida melhora a imagem do prefeito
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Os marqueteiros do prefeito
Gilberto Kassab (DEM) vêem a
restrição da circulação de caminhões no centro expandido de
São Paulo como passo importante para a construção da imagem do candidato Kassab.
Para eles, a medida é importante para tentar colar no prefeito a imagem de alguém que
"enfrenta os problemas".
Mesmo que, no final das contas, não melhore significativamente o trânsito, a avaliação é
que a restrição contribuirá para
reforçar a personalidade de
Kassab, alvo de críticas segundo as quais não passa de um
executor das vontades de seu
antecessor e padrinho, o governador José Serra (PSDB).
Tanto assim que, na seara
kassabista, o tema é tratado como uma espécie de "Cidade
Limpa dois", em referência ao
projeto de boa aceitação popular que retirou outdoors das
ruas da cidade, apesar da forte
resistência dos empresários.
Dentro do cálculo do marketing eleitoral, até o protesto de
caminhoneiros que bloqueou
as marginais no primeiro dia de
restrição, anteontem, mais ajuda do que atrapalha o prefeito.
Antes de anunciar a restrição, em abril, Kassab testou o
humor do empresários, em
reunião com os presidentes da
Federação do Comércio,
Abram Szajman, e da Associação Comercial, Alencar Burti.
Avaliou que a resistência não
seria das piores. Para amortecer ainda mais a grita, estabeleceu um prazo para que transportadores e comerciantes fizessem um planejamento para
se adaptarem às novas regras.
Kassab não tem obtido muito
sucesso até agora com seus projetos para o trânsito. Fracassou, por exemplo, ao criar uma
faixa exclusiva para motoboys
na avenida 23 de Maio. Fracassou também ao tentar acabar
com o rodízio de veículos durante as férias escolares.
E seu primeiro pacote anticongestionamento, que incluiu
pequenas obras e a divulgação
de rotas alternativas para o motorista, foi considerado "tímido" por especialistas. Algumas
das rotas sugeridas, inclusive,
eram contramão.
Agora, o prefeito projeta novos anúncios, já para os próximos dias, como o rodízio de caminhões nas marginais.
E associa, ele próprio, suas
recentes iniciativas para melhorar o trânsito à proibição
dos outdoors: "Se não tivéssemos feito o Cidade Limpa, não
sei se a restrição dos caminhões
daria certo, porque agora a gestão tem credibilidade. Quando
fala, faz, não é só factóide."
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