São Paulo, quarta-feira, 02 de julho de 2008 |
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GILBERTO DIMENSTEIN Professora dá lição de prazer Ângela Bellittani colocou colégio da zona leste no topo da lista das escolas municipais de SP no Ideb
DESDE QUE NASCEU, Ângela
Inês Pretini Bellittani sempre esteve cercada de professores por todos os lados. Seus pais,
tios, primos e a irmã davam aulas.
Fugindo à tradição familiar, ela entrou numa faculdade de biologia
com planos de viver num laboratório fazendo pesquisa, mas acabou
preferindo lecionar também. "Minha paixão estava mesmo em ser
professora." Mesmo numa escola
pública. Agora, com 34 anos de magistério, ela é protagonista de uma
façanha que a transforma numa das
heroínas anônimas da cidade de São
Paulo. Apenas o prazer, porém, não iria tão longe se Ângela não tivesse montado e mantido uma mesma equipe ao seu lado por muitos anos -conseguiu, assim, escapar da praga da rotatividade e do absenteísmo que infesta a educação pública, especialmente as escolas da periferia. Diretora e coordenadora trabalham juntas há dois anos; o corpo docente quase não muda faz quatro anos. "Eu jogo duro", afirma. "Jogar duro" significa não admitir atrasos e faltas nem dos alunos nem dos professores. "Para mim, o fundamental é a união da comunidade escolar", o que, na prática, significa estabelecer pactos de responsabilidade. As famílias dos estudantes da Guilherme Almeida sempre são acionadas para ajudar a resolver problemas. Há muitos anos, são realizadas avaliações internas -antes mesmo de serem exigidas por testes nacionais ou municipais- e, com base nos resultados obtidos, os professores dão aulas de recuperação. Os resultados das provas dos alunos apenas reforçam o prazer de ensinar que Ângela aprendeu em casa -um prazer misturado a um sentido de missão. "Vejo a escola pública como um serviço que temos de prestar para a comunidade, não como um favor." Essa visão familiar estava até agora reconhecida publicamente apenas no nome de uma escola da zona leste, chamada professora Cândida Dora Pretini, mãe de Ângela. Mas certamente a maior homenagem a uma família é ter o nome associado a uma escola pública em que os alunos aprendem e os professores sentem prazer em ensinar. gdimen@uol.com.br Texto Anterior: Bastidores: Para marqueteiros, medida melhora a imagem do prefeito Próximo Texto: A cidade é sua: Moradora pede mudanças à CET em rua da Vila Madalena Índice |
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