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Para urbanistas, melhorias devem vir antes de expansão
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Moradores, representantes
de bairro e urbanistas concordam com a necessidade de uma
intervenção na Vila Leopoldina. Alguns, no entanto, dizem
acreditar que uma operação urbana pode adensar demais o
bairro antes de trazer qualquer
benefício. As principais expectativas são de soluções para o
trânsito, córregos a céu aberto
e moradias populares.
Para o professor de planejamento urbano da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP), Pedro Taddei Neto, obras de infra-estrutura e
interesse coletivo previstas para a região, como pontes e canalização de córregos, deveriam
ser feitas com dinheiro público.
"Uma região nevrálgica como aquela, com acesso a rodovias, deveria ter investimento
dos governos municipal e estadual. Uma operação urbana deveria vir depois, para mitigar
problemas pontuais", afirma.
Ele lembra que operações
urbanas demoram para ter dinheiro em caixa e, portanto, para iniciar as obras. "É algo que
precisa ser cultivado e não brota assim. Até lá, outros problemas podem ser criados pelo
adensamento", diz.
A urbanista Marta Grostein,
coordenadora do Laboratório
de Urbanismo da Metrópole da
FAU, concorda que o governo
deve dar as diretrizes da ocupação urbana, sem deixar que o
mercado imobiliário faça isso
sozinho. "Governos de todas as
esferas devem acompanhar o
que é feito daquela área e participar dessa urbanização."
Para ela, no entanto, uma
operação urbana bem-sucedida
pode ser uma maneira de interferir. "Tudo depende do projeto. Por isso é preciso uma
gestão específica da operação, o
que normalmente demora anos
e décadas."
A analista de RH, Rosângela
Santiago, 46, que mora na Vila
Leopoldina desde os 16 anos vê
o lado positivo e negativo do
crescimento imobiliário. "Muita coisa melhorou, temos mais
serviços e comércio. De outro
lado, tem o trânsito, as ruas esburacadas", diz. Para ela, o bairro já precisa de melhorias.
"Agora, antes de aprovar mais
projetos deviam arrumar as
ruas, por exemplo."
O presidente do Consabs
(Conselho das Associações de
Amigos de Bairro da Região da
Lapa), José Benedito Morelli,
que mora no local, também
acha que a operação está atrasada. "Agora, já tem prédio de
um lado e córrego a céu aberto
de outro", reclama. Ainda assim, ele apóia a iniciativa. "Pelo
menos é uma maneira de conseguir o compromisso dos empreendedores que forem investir no local daqui para a frente."
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