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Polícia apura se bebê morto em creche sofria de meningite viral
Doença pode causar vômito em crianças; Gabriel tinha resíduos nos pulmões e na garganta
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Civil investiga a hipótese de que o menino Gabriel
Santos Ribeira, de sete meses,
sofria de meningite viral e pode
ter morrido no berçário da creche Pedacinho de Lua, na semana passada, sofrendo uma
crise da doença. A causa da
morte, no entanto, só será esclarecida com a conclusão do
exame de necropsia, que ainda
não tem data para ficar pronto.
Apesar disso, a polícia também não abandonou a hipótese
de que tenha havido negligência dos funcionários. Os policiais do 90º Distrito Policial
(Parque Novo Mundo) receberam pistas de que, das três funcionárias responsáveis por cuidar das crianças no berçário na
tarde da morte do bebê, uma
estaria fazendo compras no supermercado e as outras duas
estariam assistindo à TV.
Para verificar o quadro de
meningite viral, legistas da polícia coletaram líquido da espinha dorsal do bebê para realização de exames.
Segundo Nivaldo de Souza,
médico da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a
meningite viral pode causar febre e vômito em uma criança
com a idade de Gabriel. O paciente pode até sofrer crises
agudas que se manifestam em
poucas horas, sem dar aviso.
Gabriel havia sido deixado na
creche pela mãe às 11h do último dia 25. Às 14h do mesmo
dia, foi encontrado pelo pai,
que fora à escola buscá-lo, com
a pele arroxeada e sem conseguir respirar; ele foi declarado
morto cerca de uma hora depois, já no hospital, para onde
foi levado pelo pai.
A possibilidade da meningite
viral causar vômito pode estar
relacionada a uma outra pista
encontrada pela polícia: Gabriel tinha restos de vômito nos
pulmões.
Além da ligação com o quadro de meningite, o vômito significa, para a polícia, que o menino pode ter regurgitado
quando ainda estava deitado
no berço, possivelmente na
creche.
Outra hipótese possível é que
o vômito nos pulmões e os restos de alimento encontrados
em sua garganta possam ter ido
parar lá quando o menino foi
submetido a manobras de reanimação cardiopulmonar no
hospital.
O pai do menino, Júlio César
Ribeira, 26, e os advogados da
creche chegaram a debater durante a semana se a escola havia
sido avisada ou não de que Gabriel sofria de refluxo gastro-exofágico, que o levava a regurgitar alimentos e poderia ter levado ao sufocamento.
O advogado da creche, Roberto Rinaldi, afirmou que não
é verdade que as funcionárias
responsáveis estavam no supermercado ou vendo TV. Ele
falará sobre o caso na segunda-feira. Ribeira e seu advogado
não foram encontrados.
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