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Vacina contra febre amarela mata médico em Araraquara
GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
O médico e ex-vereador de
Araraquara Paulo Monteiro de
Barros Homem, 81, morreu em
decorrência de uma reação à
vacina de febre amarela. O
diagnóstico foi confirmado pelo Instituto Adolfo Lutz de São
Paulo, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde.
Barros Homem, que morreu
no último dia 14 em Araraquara, não apresentava nenhuma
contra-indicação à vacina, conforme reconheceu Helena Sato,
coordenadora de imunização
da secretaria.
O médico, que era clínico-geral, se vacinou seis dias antes de
morrer com a intenção de viajar para Ubatuba. Foi o segundo caso no Estado de morte
causada pela vacina. O primeiro foi na capital, em fevereiro.
A vacinação foi intensificada
na região de Ribeirão Preto depois que dois homens morreram, vítimas de febre amarela
-um morreu em Cravinhos e
outro em São Carlos, cidade vizinha a Araraquara. As mortes
ocorreram em abril e maio.
"Neste ano, aplicamos dois
milhões de vacinas no Estado e
só houve dois casos do tipo. Isso significa que a incidência é
de um caso para cada um milhão de vacinados", diz Sato.
Apesar de não saber o que faz
uma pessoa reagir à vacina, o
Estado não deve suspender ou
alterar o programa de vacinação contra a doença. "A vacinação continuará normalmente e
todos que vão para a área de risco ou que moram na região [de
Ribeirão Preto] devem se vacinar, com exceção das mulheres
grávidas, crianças com menos
de seis meses e os imunodepressivos", disse Sato.
Para o infectologista Otávio
Cintra, do HC (Hospital das
Clínicas) de Ribeirão Preto, a
vacina contra a febre amarela é
imprevisível. "É raro haver reações, mas quando há e a pessoa
não se encaixa nas contra-indicações, vemos que é imprevisível o resultado. Porém, o risco
de contrair a doença sem a vacina é muito maior, por isso ela
precisa ser aplicada."
Histórico
Desde o início deste ano,
houve 45 casos confirmados de
febre amarela no país e 25 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde.
O Estado campeão de mortes
é Goiás, onde, de acordo com o
Ministério da Saúde, ocorreram 14 mortes de um total de
22 casos confirmados. Minas
Gerais é o Estado onde houve
menos incidência da doença
-apenas com um caso confirmado, sem morte.
A vacina deve ser tomada por
quem mora em áreas de risco
ou vai viajar para uma delas.
Como a região de Ribeirão Preto já registrou duas mortes, a
recomendação é que a população local busque a vacina.
Os sintomas da febre amarela são semelhantes aos de uma
gripe, como febre e dor no corpo. Os efeitos surgem, em média, dois dias após o contágio e
podem durar até uma semana.
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