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Médica, que pesquisa possíveis efeitos do uso do computador na saúde, diz que maioria dos jovens adota postura inadequada
Escolas não adaptam móveis às crianças
DA REPORTAGEM LOCAL
A maioria das escolas da região
metropolitana de São Paulo não
dispõe de móveis adequados para
o uso de computador por crianças
e adolescentes, segundo uma pesquisa realizada por três professores da USP em 126 escolas públicas e particulares dos ensinos fundamental e médio. A pesquisa foi
publicada neste ano e traz dados
coletados em 1998.
Um dos problemas era a ausência de ajustes nas cadeiras em
78,9% das salas de informática de
escolas de 5ª a 8ª série.
Na maioria das escolas, os alunos receberam recomendações
sobre a postura correta para usar
o computador. Mas apenas 30%
das escolas ofereceram um curso
sobre ergonomia na computação.
Não houve queixas de problemas de saúde na maioria das escolas. Quando isso ocorreu, eram
principalmente sobre desconforto visual. O desconforto relacionado às costas ocorreu em 12%
dos alunos do ensino médio.
"Não temos idéia do que pode estar ocorrendo nas casas", diz a
pesquisadora Lys Esther Rocha.
Os possíveis efeitos do uso do
computador na saúde das crianças e adolescentes está sendo pesquisado atualmente pela reumatologista Ana Ligia Castellanos,
em seu mestrado na Faculdade de
Medicina da USP.
Ao longo deste ano, ela acompanhou 800 alunos, de 10 a 18
anos, de uma escola particular no
centro de São Paulo.
Embora o trabalho ainda não
esteja concluído, Castellanos percebeu que a maioria adota posturas inadequadas diante do computador. Dentre os que fizeram
exame médico (cerca de 30% do
total), o dado preliminar mais importante foi a presença de escoliose (tipo de desvio na coluna).
Segundo Castellanos, os dados
parciais ainda não estabelecem
uma relação direta entre o uso do
computador e as dores e desvios.
Em outros países, porém, algumas pesquisas já indicam essa relação. Na Escola de Medicina da
Universidade de Akita, no Japão,
pesquisadores acompanharam 19
estudantes, de 6 a 13 anos, que
apresentavam sintomas como fadiga, cefaléia, olheiras e febre baixa. Todos passavam cerca de três
horas por dia usando computador ou vídeo game e televisão.
Uma semana após os estudantes deixarem de usar os aparelhos,
os sintomas desapareceram.
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