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Kassab já admite flexibilizar restrições
Segundo o secretário dos Transportes, prefeitura irá analisar nesta semana três pedidos apresentados pelo sindicato de cargas
Um deles é o aumento de mais 5 horas ao período para transporte de entulho; análise não significa que pedidos serão aceitos, diz secretário
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois dias após o protesto que
parou a marginal Tietê na segunda-feira, a gestão Gilberto
Kassab (DEM) acena com a
possibilidade de flexibilizar algumas das restrições ao transporte de cargas na cidade.
Segundo o secretário dos
Transportes, Alexandre de Moraes, a prefeitura irá analisar,
ainda nesta semana, três pedidos apresentados ontem à tarde pelo Sindicapro (Sindicato
dos condutores de cargas próprias de São Paulo), que promoveu o ato de segunda-feira
junto com a Associação das
Empresas de Terraplenagem.
São eles: acréscimo de cinco
horas ao período liberado para
transporte de entulho; liberação das entregas de material de
construção durante o dia, das
10h às 16h, em caminhões toco
(1,5 m maiores que os VUC e
com capacidade três vezes
maior)- e fim do rodízio dos
VUC (veículo urbano de carga,
com até 6,3 m), que até novembro circularão em dias alternados, de acordo com o final da
placa, e a partir de então só poderão rodar das 21h às 5h.
"Estamos confiantes [em
uma resposta positiva da prefeitura]. Ainda sinto um pouco
de dor nos rins, mas valeu a pena ter invadido a marginal [Tietê]", disse o presidente do Sindicapro, Almir Macedo, sobre
os golpes de cassetete que levou
da Polícia Militar no protesto.
Ele prevê novas manifestações
-"ainda maiores"- em caso de
negativa da prefeitura.
Questionado, Moraes negou
um eventual recuo. "Vamos
analisar todos os pedidos, dos
mais razoáveis aos mais absurdos. Isso não significa que serão
aceitos." Ele disse que outros
pedidos de exceção, negados
durante a elaboração das restrições, foram reapresentados.
Reunião
A proposta do Sindicapro foi
apresentada ontem à tarde, em
reunião que durou uma hora e
meia. O encontro fora agendado durante o protesto de segunda-feira, como condição para
que os manifestantes, que prometiam ir com os caminhões
até a porta da casa do prefeito
de madrugada, se dispersassem. Semanas antes, o Sindicapro tentara marcar audiência
com a secretaria dos Transportes, mas não obteve resposta.
O principal pedido do Sindicapro é que o horário liberado
para os caminhões de entulho,
que vai das 10h às 16h, passe a
ser das 5h às 16h -igual ao período concedido aos caminhões
de concretagem. Moraes disse
que o pedido foi feito "com
muita propriedade" pelo presidente do Sindicapro.
"Eles apresentaram um estudo detalhado, com gráficos, que
será analisado. Querem um tratamento isonômico, igualitário
em relação ao setor da concretagem", disse Moraes, após ouvir do sindicalista, na reunião, a
explicação de que a terraplenagem (aterramento com entulho) é preparada simultaneamente à concretagem.
Segundo Moraes, a idéia já
havia sido avaliada durante o
processo de definição das exceções, em maio, mas que agora
"foi reapresentada com novos
argumentos". O secretário afirmou que irá contatar o sindicato até a sexta-feira, para marcar
nova reunião, prevista para a
próxima semana. "Eles [sindicalistas] entendem a importância das medidas e querem colaborar", observou o secretário.
O presidente do sindicato
dos comerciários e da União
Geral dos Trabalhadores -central sindical à qual é filiado o
Sindicapro-, Ricardo Patah,
também participou da reunião.
"É importante que algo seja feito para melhorar o trânsito,
mas não concordamos com a
forma como foi feito", afirmou.
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