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foco
Passeio romântico de helicóptero com direito a hotel de luxo atrai casais
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Tinha um quê de "Central
Park West" o vôo panorâmico
do casal Liliane e Fernando
Bondezan sobre São Paulo. O
seriado americano dos anos
90 mostra a mulherada endinheirada de Nova York passando a mão nas bolsas francesas e indo de helicóptero às
mansões multimilionárias do
balneário dos Hamptons.
Pacotes oferecidos por empresas da táxi aéreo do Campo
de Marte têm sido usadas por
casais para que o noivo (mulher desavisada) faça o pedido
de casamento no ar.
E o negócio não pára por aí.
Por R$ 1.750, divisíveis em
três vezes, o vôo romântico inclui recepção à luz de velas
com flores e champanhe no
gelo, jantar num restaurante
francês e pernoite em hotel de
luxo da capital.
"Ela nunca tinha voado de
helicóptero. A mulher entra
no clima. É excitante do começo ao fim", diz Fernando, que
desde a primeira vez comemora o aniversário de casamento
com ela no ar (e no hotel).
"Onde tem mulher tem
competição. Minhas amigas ficaram com inveja, mas elas
têm de arrumar um marido
desse", afirma Liliane, que indicou o pacote a um casal de
amigos que seguiu os passos
dela e do marido e selaram o
pedido de casamento no ar.
O vôo passa pelas principais
atrações de São Paulo, como a
Pinacoteca do Estado, a catedral da Sé, o teatro Municipal,
o edifício Itália, o estádio do
Pacaembu, a avenida Paulista
e o parque Ibirapuera; vira-e-mexe, tem um rasante.
"É diferente fazer um passeio desses, bem melhor do
que ir diretamente ao hotel, a
gente chega mais animado",
diz Fernando.
Piloto de avião, passou a lua-de-mel com a mulher em Parati, ele próprio conduzindo a
aeronave, ela no cockpit.
Curiosamente, diz o piloto
Dragan Mijackovic, um iugoslavo naturalizado brasileiro,
houve um caso em que a mulher disse não ao pedido de casamento. "Quando chegou ao
hotel ela não quis ficar, voltou
no helicóptero, fez um escândalo", afirma o piloto. "Já teve
beijo, mas nunca vi nada mais
pesado", completa Mijackovic,
que leva o casal ao hotel Sofitel, na av. Sena Madureira.
O passeio foi criado, diz o comandante Jorge Bitar Neto,
diretor da Helimarte, empresa
que oferece o pacote romântico, para colocar a frota de helicópteros em funcionamento
durante o período noturno.
Outras empresas fazem
vôos panorâmicos, sem hotel,
por preço médio de R$ 700 por
meia hora. Pacote parecido é
oferecido pela Fly Away, que
também sai do Campo de Marte, mas vai ao Blue Tree Towers, da avenida Faria Lima.
Segundo a Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil),
São Paulo tem hoje a maior
frota de helicópteros do país,
com 480 aeronaves, contra
374 em 1999 (os dados de dez
anos atrás foram perdidos
num incêndio). Em seguida
vem o Rio, com 238 aparelhos.
O tráfego no céu de São Paulo levou o jornal britânico
"The Guardian" a publicar recentemente reportagem de
página inteira em que compara a cidade a um "episódio real
sul-americano do programa
de TV "Os Jetsons'".
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