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Obra na Água Branca terá mais exigências
Medida da prefeitura quer evitar danos ambientais em quadrilátero no entorno do parque com construções de prédios
Construtor terá, entre outros
pontos, de fazer sondagem
completa de solo para evitar
queda do nível do depósito
de águas subterrâneas
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeitura aumentou as
exigências para aprovar novas
obras em um quadrilátero no
entorno do parque da Água
Branca (zona oeste). A medida
visa reduzir os riscos causados
pela queda do nível do depósito
de águas subterrâneas na área,
que é afetado por grandes construções. Há seis anos, a construção de um prédio no local
baixou o lençol freático a ponto
de secar o lago do parque.
A medida, uma resolução
baixada ontem pela Secretaria
da Habitação, submete aquele
setor às mesmas regras de
aprovação de alvarás que foram
adotadas em ruas de Moema e
da Chácara Santo Antonio.
Nesses dois bairros, obras de
novos prédios chegaram a provocar danos em casas vizinhas.
A resolução afeta novas construções em ruas como Cândido
Espinheira, Ministro Godói,
Lincoln Albuquerque, Homem
de Melo e Monte Alegre.
A Secretaria da Habitação
não soube informar ontem se já
existem projetos à espera de
aprovação de alvarás no setor
delimitado pela resolução.
A partir de agora, além de toda a documentação exigida
normalmente para alvarás de
novas obras, o construtor fica
obrigado a cumprir uma série
de normas que visam assegurar
a segurança das edificações.
A norma determina, por
exemplo, que seja feita a sondagem completa do subterrâneo,
o registro fotográfico de construções vizinhas, seguro de risco para a vizinhança e relação
de todos os imóveis do entorno
que possam ser afetados.
A presidente da Associação
dos Amigos da Pompéia, Maria
Antonieta Lima e Silva, elogiou
a decisão, mas duvida que ela
possa ter o efeito esperado.
"A Secretaria da Habitação
resolve, mas o poder de fiscalização da subprefeitura, que libera as obras, é limitado."
Para a coordenadora do Mover (movimento de moradores
contra a verticalização na Lapa), Ros Mari Zenha, a decisão
é "alvissareira" e vem após uma
reivindicação que vem sendo
feita já dura quatro anos.
Segundo a coordenadora, o
Mover entregou, em julho, cartas à Secretaria do Verde e à
Subprefeitura da Sé, defendendo a necessidade de mapeamento do subsolo.
Presidente do Confabs (conselho que reúne 48 entidades
de moradores da região da Lapa), José Benedito Bonelli comemorou a medida. "É muita
construção, muito shopping."
O Sinduscon-SP (Sindicato
das Indústrias da Construção
Civil) não se pronunciou.
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