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Caso de favela é
Barão de Mauá
paulistano
DA REPORTAGEM LOCAL
Qualquer semelhança entre as
contaminações ambientais do
terreno da favela Paraguai e do
condomínio Barão de Mauá (na
região metropolitana de São Paulo) não é mera coincidência.
Em ambos os casos, áreas que,
nos anos pré-legislação ambiental, serviram como lixões industriais acabaram sendo usadas para fins residenciais, sem que se tivesse conhecimento da história e
do passivo que elas abrigavam.
As duas contaminações são, dizem ambientalistas e o próprio
governo, apenas parte da ponta
de um iceberg que ainda pode dar
muita dor de cabeça para as autoridades e moradores de São Paulo: as áreas contaminadas desconhecidas em todo o Estado, principalmente na capital, onde antigas zonas industriais são, há algumas décadas, ocupadas, de forma
regular ou não, por moradias.
No ano passado, depois que a
Folha tornou pública a contaminação provocada pela base de
combustíveis da Shell na Vila Carioca (bairro da zona sul da capital), a Cetesb divulgou uma lista
de 255 pontos de contaminação,
que tem na favela Paraguai seu
mais recente acréscimo.
E o conhecimento sobre novas
áreas comprometidas só tende a
aumentar, afirma Fernando Rei,
chefe da Diretoria de Controle de
Poluição Ambiental da agência,
porque, desde o fim dos anos 90,
Estado e município vêm publicando leis que obrigam a informação sobre passivos e a investigação ambiental em áreas industriais que mudem de uso.
Extração de gases
No caso de Mauá, o subsolo e as
águas subterrâneas de um conjunto habitacional onde vivem
cerca de 4.000 pessoas ainda estão
contaminados por vapores orgânicos tóxicos liberados por substâncias como o benzeno.
Como a ocupação lá é regular e
foi aprovada pelos órgãos públicos, a retirada dos moradores foi
considerada inviável dos pontos
de vista econômico e logístico.
Os trabalhos de remediação,
que incluem a extração e o tratamento dos gases tóxicos, têm sido
tocados há cerca de um ano e
meio pela construtora do conjunto. Como teve os bens arrestados
pela Justiça e foi impossibilitada
de continuar a construção dos
prédios, a empresa vem, porém,
alegando dificuldades financeiras
para continuar a remediação.
A limpeza do terreno deve demorar anos ainda, segundo a Cetesb.
(MV E JCS)
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