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UTI humaniza
atendimento de prematuros
DA REPORTAGEM LOCAL
As UTIs neonatais contam
hoje com programas de humanização que vão desde a
adoção do método canguru
-em que a criança, presa
com uma faixa, fica encostada pele a pele com a mãe, recebendo calor e aprendendo
os movimentos respiratórios- até a fixação de períodos de silêncio absoluto dentro da unidade, em que ninguém toca no bebê.
As maternidades também
estão adotando o atendimento "em bloco" da criança. Ou seja, todas as atividades necessárias ao desenvolvimento do prematuro são
programadas para ocorrer
simultaneamente, evitando
o excesso de interferência.
"Tudo o que se faz acaba
sendo agressivo para o bebê.
Por isso ele precisa ser poupado ao máximo", afirma
Célia Mara Di Giovanni,
neonatologista da maternidade Santa Joana/Pro Mater.
Segundo Giovanni, há estudos que indicam que bebês prematuros que permaneceram mais de três meses
na incubadora têm mais
chances de apresentar distúrbios de comportamento
na infância e adolescência.
"Não basta salvar a criança. Ela precisa ter qualidade
de vida", afirma a neonatologista Alice Deustesch, do
hospital Albert Einstein.
A maioria das maternidades particulares de São Paulo permite que os pais fiquem 24 horas na UTI e, se
as condições de saúde do bebê permitirem, são orientados a cuidarem dos filhos
como se estivessem em casa.
"É uma espécie de ensaio
dos cuidados que deverão
ter quando o bebê tiver alta",
afirma Giovanni.
A Casa dos Prematuros, ligada ao Hospital São Paulo,
mantém um serviço em que
fisioterapeutas, pediatras,
fonoaudiólogos, psicólogos
e neurologistas acompanham o bebê após a alta.
Segundo Giovanni, alguns
cuidados são fundamentais
para que o bebê diminua a
distância entre a idade cronológica e o desenvolvimento neurológico. Ele precisa
aprender funções que são
desenvolvidas instintivamente pelos bebês de termo.
O ato de deglutir, por exemplo, é ensinado pela fonoaudióloga. Com a fisioterapeuta, os pequenos aprendem a
respirar sozinhos e a corrigir
vícios posturais adquiridos
na incubadora.
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