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São Paulo, domingo, 04 de maio de 2003

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UTI humaniza atendimento de prematuros

DA REPORTAGEM LOCAL

As UTIs neonatais contam hoje com programas de humanização que vão desde a adoção do método canguru -em que a criança, presa com uma faixa, fica encostada pele a pele com a mãe, recebendo calor e aprendendo os movimentos respiratórios- até a fixação de períodos de silêncio absoluto dentro da unidade, em que ninguém toca no bebê.
As maternidades também estão adotando o atendimento "em bloco" da criança. Ou seja, todas as atividades necessárias ao desenvolvimento do prematuro são programadas para ocorrer simultaneamente, evitando o excesso de interferência.
"Tudo o que se faz acaba sendo agressivo para o bebê. Por isso ele precisa ser poupado ao máximo", afirma Célia Mara Di Giovanni, neonatologista da maternidade Santa Joana/Pro Mater.
Segundo Giovanni, há estudos que indicam que bebês prematuros que permaneceram mais de três meses na incubadora têm mais chances de apresentar distúrbios de comportamento na infância e adolescência.
"Não basta salvar a criança. Ela precisa ter qualidade de vida", afirma a neonatologista Alice Deustesch, do hospital Albert Einstein.
A maioria das maternidades particulares de São Paulo permite que os pais fiquem 24 horas na UTI e, se as condições de saúde do bebê permitirem, são orientados a cuidarem dos filhos como se estivessem em casa.
"É uma espécie de ensaio dos cuidados que deverão ter quando o bebê tiver alta", afirma Giovanni.
A Casa dos Prematuros, ligada ao Hospital São Paulo, mantém um serviço em que fisioterapeutas, pediatras, fonoaudiólogos, psicólogos e neurologistas acompanham o bebê após a alta.
Segundo Giovanni, alguns cuidados são fundamentais para que o bebê diminua a distância entre a idade cronológica e o desenvolvimento neurológico. Ele precisa aprender funções que são desenvolvidas instintivamente pelos bebês de termo. O ato de deglutir, por exemplo, é ensinado pela fonoaudióloga. Com a fisioterapeuta, os pequenos aprendem a respirar sozinhos e a corrigir vícios posturais adquiridos na incubadora.


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