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Seqüelas podem se manter na vida adulta e prejudicar carreira
DA REPORTAGEM LOCAL
Crianças e adolescentes vítimas de bullying podem carregar o trauma pela vida toda. De
acordo com especialistas, se o
problema não for bem resolvido antes de se chegar à idade
adulta, seqüelas como dificuldades de tomar a iniciativa ou
de se expressar podem atrapalhar os relacionamentos pessoais e até profissionais.
"Muitos adultos não conseguem se manter em cargos de
chefia ou dizer o que pensam
em uma reunião com medo de
ser ridicularizado pelos colegas", conta a pedagoga Cleo
Fante. "Vários sofreram bullying e não resolveram bem o
problema. Há casos de quem
chega até a desenvolver transtornos psiquiátricos graves."
Em casos extremos, o bullying pode levar à morte. Há vítimas que se suicidam e outras
que matam os colegas. Foi o
que aconteceu na escola Columbine, nos Estados Unidos,
quando em 1999 dois colegas
mataram 13 pessoas no colégio
e se suicidaram. Os adolescentes eram constantemente alvo
de piadas de suas turmas.
No Brasil, dois casos chamaram a atenção. Em fevereiro de
2004, em Remanso (BA), o jovem D., 17, matou duas pessoas
e feriu três. Ele sofria humilhações na escola. O garoto revelou
que matou F., 13, porque, além
de sempre ridicularizá-lo, no
dia do crime, ele teria jogado
um balde de lama nele.
Em janeiro de 2003, Edmar
Freitas, 18, entrou no colégio
onde tinha estudado, em Taiúva (interior de SP), e feriu oito
pessoas com tiros. Em seguida,
se matou. Obeso, era vítima de
apelidos humilhantes.
A maioria dos casos de bullying ocorre no ambiente escolar, já que é onde as crianças
permanecem em grupo por
muito tempo. "Quando um
professor percebe que um estudante está sendo alvo constante de apelidos ou de algum tipo
de perseguição, deve intervir
logo para evitar traumas mais
profundos", diz o pediatra Aramis Lopes.
(DT)
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