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Denúncia será investigada, diz secretário
Ronaldo Marzagão (Segurança) disse que a gestão Serra pretende indenizar os 3 jovens, caso a tortura seja comprovada
A investigação sobre os quatro policiais civis, entre eles um delegado, começou em 2006; os 2 PMs passarão agora a ser investigados
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário estadual da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, afirmou ontem que o governador José Serra (PSDB)
determinou uma investigação
rigorosa sobre a denúncia de
tortura praticada por policiais
civis e militares envolvidos na
prisão dos três jovens soltos
ontem por decisão da Justiça.
"Se forem comprovadas a
tortura e as prisões ilegais, os
policiais que as praticaram serão processados, presos e expulsos das corporações. Embora o caso não tenha ocorrido na
nossa gestão, se ficar comprovada a tortura, o Estado pagará
indenizações às vítimas."
Dizendo transmitir as palavras do governador Serra, que
estava em viagem, Marzagão
disse que o governo pretende
indenizar os jovens caso seja
comprovada a tortura.
O secretário admitiu que o
fato de os jovens terem ficado
dois anos presos por um crime
que não cometeram já justifica
um pedido de indenização -a
eventual comprovação da tortura, segundo Marzagão, só iria
ampliar o valor. "Eu penso que
isso [a tortura] é irreparável.
(...) Materialmente é irreparável", afirmou ele.
A secretaria não informou os
nomes dos quatro policiais civis e dos dois PMs envolvidos
no caso, sob a alegação de que
as investigações ainda estão no
início. Também não disse onde
eles trabalhavam nem para onde foram transferidos.
As investigações sobre tortura envolvendo os policiais civis
tiveram início em 2006 -ano
em que Renato Correia de Brito, 24, seu primo William César
de Brito Silva, 28, e o amigo
Wagner Conceição da Silva, 25,
foram presos. Os PMs começarão a ser investigados agora.
Anteontem, o promotor
Marcelo Alexandre de Oliveira,
que os denunciou à Justiça e recentemente pediu a revogação
das prisões, disse que todos os
policiais envolvidos na prisão
serão investigados por tortura.
Segundo o boletim de ocorrência, ao qual a Folha teve
acesso, os policiais militares
são Ezequiel Ramos da Motta e
Richardson Alves de Alcântara,
da 2ª Companhia do 15º Batalhão da PM. Segundo o documento, o delegado responsável
pelo registro foi Paulo Roberto
Poli Martins, do 1º DP.
Eles foram procurados pela
Folha, mas não foram localizados para falar sobre as acusações de tortura. Não consta no
boletim o nome do investigador, do escrivão e do carcereiro,
que também foram afastados.
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