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Todo preso diz que é torturado, afirma promotor
DA REPORTAGEM LOCAL
O promotor Marcelo
Alexandre de Oliveira, que
em 2006 apresentou denúncia contra os três rapazes à Justiça, afirmou ontem que todos os indícios
recolhidos pela polícia indicavam Renato Correia
de Brito, William César de
Brito Silva e Wagner Conceição da Silva como responsáveis pela morte de
Vanessa de Freitas.
Após a confissão de
Leandro Basílio Rodrigues, o promotor pediu,
anteontem, a revogação da
prisão dos três rapazes.
Segundo Oliveira, não
havia, na época em que os
rapazes foram presos, nenhuma prova da suposta
tortura. "Não havia uma
suspeita concreta de tortura. Não havia. Todo
mundo fala, quando se trata de uma confissão, que
apanhou. Todo mundo fala", afirmou.
O promotor disse que
pediu a prisão preventiva
dos três com base nos laudos policiais, já que não
havia entrado em contato
pessoal com os rapazes.
"Em regra, o Ministério
Público não participa dos
interrogatórios [na fase
inquérito policial]. Não
ouve o réu, não ouve as
testemunhas. Essa também é uma questão que
contribui para que episódios desse tipo ocorram.
Só vem papel para gente."
Ele afirma que pediu a
prorrogação da prisão dos
três suspeitos por coerência, já que o delegado mantinha a confissão de Brito
como válida. Nessa confissão feita após o crime, segundo Oliveira, Brito dizia
ter contratado William e
Wagner para "dar um susto" em Vanessa.
Oliveira diz também que
a vítima já tinha registrado
um boletim de ocorrência
contra Brito por ameaça.
"A gente trabalha em cima
do que vem da polícia. A
gente tem que confiar na
palavra da polícia", disse.
O delegado Jakson Cesar
Batista, após interrogar o
chamado "maníaco de
Guarulhos", decidiu ouvir
os três rapazes na última
sexta-feira. Segundo o
promotor, Batista disse
que os três suspeitos chegaram no dia da prisão "estourados" no DP, de tanto
apanharem dos policiais
militares.
"Por que não colocou isso no papel naquela época?", perguntou Oliveira.
A Folha não conseguiu
localizar Batista logo após
a declaração do promotor.
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