|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ROBERTO FUMIU IUATA (1955-2008)
Os exatos 53 anos de um projetista
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
O aniversário do ano passado já não foi bom para Roberto Fumiu Iuata, neto de
imigrantes japoneses. Em junho de 2007, a dois meses de
festejar seu nascimento, soube que carregava um tumor
no pulmão. Não fumava.
Nascido na zona leste de
São Paulo, no bairro do Carrão, onde passou a vida toda,
Roberto era filho de feirantes. Os pais negociavam batatas e legumes nas ruas da cidade. Para engrossar a renda,
alugavam o estabelecimento
que tinham anexo à casa.
Moravam atrás de um bar.
Roberto estudou desenho
industrial e tornou-se projetista. Todos os dias, cruzava
os corredores do boteco para
ir ao trabalho. Nas idas e vindas pelo local, conheceu
Wanda Aparecida, filha do
locatário do bar.
Casaram-se, mudaram-se
para um apartamento no
bairro (o pai continua morando nos fundos do boteco),
tiveram dois filhos, e Roberto abriu uma pequena empresa de brindes. Imprimia o
que o cliente desejasse em
canetas, chaveiros e réguas.
A filha pretende estudar
design gráfico.
Gostava dos apetrechos
que produzia. Uma de suas
diversões era passar o dia na
25 de Março. Os DVDs que
comprava por lá lhe rendiam
aventuras: mesmo na condição de comprador, já teve de
correr da fiscalização.
O aniversário deste ano
Roberto também não comemorou. Morreu no domingo,
em São Paulo, no exato dia
em que completaria 53 anos.
Foi vítima do câncer.
obituario@folhasp.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Eu defendo o fumo em qualquer lugar, diz Lula Índice
|