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No reinício das aulas, trânsito de SP volta ao habitual no pico
Nos demais horários, porém, a restrição à circulação de caminhões fez a lentidão ficar muito abaixo da média
Técnicos, no entanto, alertam que um único dia não é suficiente para avaliar o sucesso ou o fracasso das medidas da gestão Kassab
Matuiti Mayezo/Folha Imagem
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Trânsito intenso na praça Campo de Bagatelle (zona norte)
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de semanas com trânsito tranqüilo devido às férias
escolares e às medidas mais
restritivas aos caminhões, São
Paulo voltou a ter ontem, nos
horários de pico, lentidão semelhante ao padrão habitual.
Ela começou mais cedo, por
conta da volta às aulas, e chegou a ficar pior do que a média
do mesmo período de 2007 até
as 8h30 e por volta das 18h.
Mas em diversos momentos
do dia, especialmente no começo da tarde, a cidade teve trânsito tranqüilo -às 14h30, havia
somente 4 km de lentidão.
Em nenhum momento as filas atingiram patamares elevados, superiores a 100 km. A
CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) considerou que,
na média das 7h às 20h, os congestionamentos ficaram 10%
abaixo da primeira segunda-feira de agosto do ano passado.
Em relação a junho deste
ano, a lentidão ontem foi menor na maior parte do dia -porém superior das 9h às 10h30.
Comparações entre meses
diferentes são relativizadas pela CET devido aos comportamentos sazonais -em junho,
por exemplo, muitos estudantes já antecipam as férias.
Técnicos da CET e independentes avaliam que as variações
do trânsito ontem não permitem concluir nada sobre um
eventual fracasso ou sucesso da
restrição aos caminhões.
Primeiro porque a situação
do trânsito está sujeita a interferências diárias imprevisíveis,
como acidentes. Segundo porque as medições só abrangem
uma pequena parte das vias
(835 km de um total superior a
15.000 km), sem computar inclusive rotas alternativas adotadas por caminhões.
Quem saiu de casa cedo ontem sentiu a diferença da volta
às aulas. A lentidão equivalia a
quase três vezes a média da semana passada às 8h30: 84 km,
ante 29 km. Às 7h já eram 27
km, 80% acima dos 15 km da última semana ou da primeira segunda de agosto de 2007.
O pico pela manhã ocorreu às
9h, com 91 km, sendo 5,7 km no
corredor da 23 de Maio e 16,8
km nas marginais -que tiveram trechos parados devido a
pequenos acidentes.
Apesar de a restrição implantada pela gestão Gilberto Kassab (DEM) permitir que os veículos de carga pequenos rodem
na área central, em revezamento, das 10h às 16h, São Paulo teve trânsito no começo da tarde
mais tranqüilo do que nas férias. Uma das explicações é que
houve poucas ocorrências.
À tarde, a queda de uma carga
com bobinas de aço na Washington Luís contribuiu para
agravar a lentidão na 23 de
Maio. O pico de congestionamento, entretanto, se limitou a
99 km, 17,5% abaixo da primeira segunda de agosto de 2007.
"Tem de esperar um mês pelo menos para uma análise", diz
Horácio Augusto Figueira, consultor em engenharia de tráfego, para quem a alta da frota
-mil veículos novos por dia-
compensará a retirada dos caminhões ainda neste ano.
Alfredo Coletti, diretor do
Sindivários (sindicato dos marronzinhos), avalia haver uma
"transferência de lentidão" para os bairros fora do centro expandido que servem de rota alternativa aos caminhões e que
não têm seu trânsito aferido.
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