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Motorista esperou 34 dias para receber tratamento adequado
DA REPORTAGEM LOCAL
Durante meses, o motorista
Marcelo Ferreira Barbosa, 30,
já acordava com dor de cabeça.
Para controlá-la, tomava analgésicos e, em duas ocasiões,
procurou um posto de saúde
perto da sua casa, na zona leste.
O diagnóstico dos médicos que
o examinaram foi o mesmo:
cansaço e estresse.
No dia 22 de junho último,
ele deu entrada no hospital
Santa Marcelina com os rins
paralisados. Uma hipertensão
(cujo sintoma é a dor de cabeça
que sentia) não-diagnosticada
e não-medicada o tornou doente renal crônico.
Desde então, Barbosa passou
a figurar entre os 80 mil brasileiros que precisam de diálise e
que enfrentam a crise do setor.
Por falta de vagas no serviço,
ele ficou 34 dias internado no
Santa Marcelina sem necessidade -tinha condições de fazer
a sessão e voltar para casa.
"Ficava deitado esperando a
vaga de alguém que não aparecia. Podia ser de manhã, à tarde,
à noite ou de madrugada. Tinha
que fazer sessões três vezes por
semana, mas só consegui uma."
Há duas semanas, ele conseguiu uma vaga na clínica de diálise do hospital Bandeirantes.
Consegue agora fazer as três
sessões semanais recomendadas pelo médico, mas o motorista reclama da distância.
Ele mora no Itaim Paulista
(zona leste) e para chegar à clínica, na Aclimação (zona sul)
leva duas horas - pega um ônibus, um trem e um metrô. "Passo mal quando saio das sessões,
fico enjoado. Passar esse tempo
todo na condução é um tormento. Mas é melhor desse jeito do que ficar internado." Barbosa está na fila de espera para
um transplante de rim.
(CC)
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