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Sem integração, metrô não atinge carente
DA REPORTAGEM LOCAL
A construção de metrô,
cuja tarifa costuma ser mais
alta que a dos ônibus, pode
ser uma armadilha elitista,
que incentiva a exclusão social, caso não seja acompanhada de medidas que facilitem os acessos da população
de baixa renda a esse modo
de transporte. A opinião é do
economista do Ipea Alexandre de Ávila Gomide.
"O metrô funciona bem
para tirar os carros das ruas.
Para ele transportar os usuários mais pobres, é preciso
pensar nas integrações [que
dão vantagens tarifárias nas
baldeações com ônibus e
trens]. Às vezes essas políticas são negligenciadas."
Esse é um dos problemas
do transporte em São Paulo.
A linha 5-lilás do Metrô (Capão Redondo-Largo Treze),
inaugurada em outubro de
2002, está ociosa por falta de
integração com os ônibus
municipais.
O governador Geraldo
Alckmin (PSDB) e a prefeita
Marta Suplicy (PT) se reuniram na semana retrasada
para anunciar que os bilhetes dos ônibus poderão ser
usados nas catracas do metrô a partir da implantação
da bilhetagem eletrônica,
mas ainda não há definição
sobre possíveis vantagens
tarifárias -exceto na linha
5-lilás, na qual as negociações estão mais avançadas.
O Metrô de São Paulo, em
1993, tinha 19% de seus
usuários com renda de até
quatro salários mínimos.
Em 1997, esse índice caiu para 7%. Ele subiu novamente
a partir de 1999, atingindo
20% em 2001, só após a integração gratuita com os trens.
Jurandir Fernandes, secretário dos Transportes Metropolitanos, critica a expansão das gratuidades -isenções e descontos a segmentos da sociedade- sem critérios de renda.
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