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MARIA HELENA GONDIM (1927-2008)
Quem escolhia a dedo os chiques do Rio
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
"E olha que as ofertas foram grandes", diz o viúvo de
Helena Gondim, ao defender
o método da requisitada dama das festas de gala do Rio.
Era de seu know-how e não
de chantagens e apelos que
brotava a lista de nomes do
"Sociedade Brasileira", sua
bíblia bienal do "who's who
carioca". Não bastava ser empresário, milionário ou rebento de família quatrocentona. "Tinha que ter classe."
"Não boto, não conheço",
dizia a mulher de Friburgo
que cresceu em Niterói (onde foi "Glamour Girl") e foi
morar no Rio, onde se casou,
teve dois filhos e uma vida de
jantares. No último que deu
em casa, recebeu a princesa
Tereza de Orleans e Bragança, com Teresa, a governanta,
servindo bom vinho -bom,
mas não de marca, que "ela
não era de ostentar".
Foram mais de 30 anos da
obra cobiçada entre socialites e emergentes: as primeiras, perscrutando as páginas
checando o contínuo prestígio; as últimas, na esperança
de adentrar o "petit comité".
Onde não faltavam Taunays, às vezes entrava um
Paulo Coelho, mas nunca
emergentes -Vera Loyola
desdenhou, xingou, e nunca
entrou no livro que, diz o viúvo, começou após a morte da
autora de obra parecida. Ela
a retomou e adaptou. E até
cogitou uma edição em São
Paulo, mas "os paulistas não
se interessaram muito".
Morreu domingo, de câncer, aos 79, deixando prontas
as correções para a edição de
2008 -a saber, quem casou,
quem separou ou morreu.
obituario@folhasp.com.br
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