São Paulo, domingo, 06 de julho de 2008

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MARIA HELENA GONDIM (1927-2008)

Quem escolhia a dedo os chiques do Rio

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

"E olha que as ofertas foram grandes", diz o viúvo de Helena Gondim, ao defender o método da requisitada dama das festas de gala do Rio. Era de seu know-how e não de chantagens e apelos que brotava a lista de nomes do "Sociedade Brasileira", sua bíblia bienal do "who's who carioca". Não bastava ser empresário, milionário ou rebento de família quatrocentona. "Tinha que ter classe."
"Não boto, não conheço", dizia a mulher de Friburgo que cresceu em Niterói (onde foi "Glamour Girl") e foi morar no Rio, onde se casou, teve dois filhos e uma vida de jantares. No último que deu em casa, recebeu a princesa Tereza de Orleans e Bragança, com Teresa, a governanta, servindo bom vinho -bom, mas não de marca, que "ela não era de ostentar".
Foram mais de 30 anos da obra cobiçada entre socialites e emergentes: as primeiras, perscrutando as páginas checando o contínuo prestígio; as últimas, na esperança de adentrar o "petit comité".
Onde não faltavam Taunays, às vezes entrava um Paulo Coelho, mas nunca emergentes -Vera Loyola desdenhou, xingou, e nunca entrou no livro que, diz o viúvo, começou após a morte da autora de obra parecida. Ela a retomou e adaptou. E até cogitou uma edição em São Paulo, mas "os paulistas não se interessaram muito".
Morreu domingo, de câncer, aos 79, deixando prontas as correções para a edição de 2008 -a saber, quem casou, quem separou ou morreu.

obituario@folhasp.com.br

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