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Serra já admite debater mudanças na lei antifumo
Governador afirmou que, se a Assembléia "tiver posições que sejam positivas, a gente acata"
Ao ser questionado sobre a intenção do PT de abrandar seu projeto, Serra disse que os petistas já "afrouxaram" outra vez sobre o tema
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM HORTOLÂNDIA
Dois dias depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
defender o fumo "em qualquer
lugar", o governador de São
Paulo, José Serra (PSDB), disse
ontem, em Campinas (99 km
de SP), "não estar fechado" para discutir mudanças no projeto de lei de sua autoria que bane
o cigarro em ambientes coletivos fechados, públicos ou privados no Estado.
"A Assembléia Legislativa é
um Poder que aprova as leis. Se
tiver posições que sejam positivas, a gente acata. Eu não estou
fechado. Nós mandamos o nosso projeto, que é a nossa posição. Nós vamos ter diálogos
com a Assembléia nesse sentido", disse Serra.
Ao ser questionado sobre a
intenção da bancada do PT na
Assembléia de abrandar o seu
projeto antifumo, Serra disse
que os petistas já "afrouxaram"
outra vez sobre o mesmo tema.
"O PT já tem um mau antecedente neste sentido. Quando eu
fui ministro da Saúde [1998-2002], proibi a propaganda de
cigarros no Brasil inteiro com
grande apoio da população e,
assim que eles [petistas] assumiram o governo federal e a
Prefeitura de São Paulo, eles
afrouxaram na questão do patrocínio da Fórmula 1", disse.
As emendas propostas pelo
líder do PT na Assembléia, deputado Roberto Felício, incluem a criação de bares, restaurantes e hotéis só para fumantes, a liberação em áreas
comuns de condomínios e a retirada do artigo que prevê acionar a polícia para tirar fumante
de local onde é proibido fumar.
O governador inaugurou ontem em Hortolândia e em Campinas o Corredor Metropolitana Noroeste, que ligará as duas
cidades e Sumaré e transportará cerca de 3,5 milhões de passageiros por mês.
Serra aproveitou o evento
para defender a privatização do
aeroporto de Viracopos e a conclusão das obras de ampliação
do local antes da Copa de 2014.
O governo federal anunciou anteontem a intenção de privatizar Viracopos, em Campinas, e
o Galeão, no Rio. "Defendi desde o início que fosse feita em
Viracopos uma concessão ao
setor privado para o trabalho
de ampliação da pista e do terminal, porque Viracopos vai ser
o maior aeroporto do Estado de
São Paulo, não tenho dúvida."
Durante discurso de inauguração do terminal, acusou o
prefeito petista de Hortolândia
e candidato à reeleição, Angelo
Perugini, de "piratear" a obra.
"Em Hortolândia, o prefeito
tem o passatempo de piratear
as obras dos outros. A prefeitura [de Hortolândia] não tem
nada a ver com esta obra e ontem [anteontem] parece que
ele disse que a tinha feito. Isso é
"trololó". A Prefeitura de Hortolândia não fez nada."
Perugini disse nunca anunciou ter realizado a obra e afirmou que investiu R$ 20 milhões para desapropriar os terrenos para as obras do Estado.
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