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Risco é maior em área portuária
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
O grau de incidência do vibrião
do cólera identificado no estudo
da Anvisa não é suficiente para
impor um risco epidemiológico,
segundo avaliação da diretora da
Divisão de Doenças Hídricas do
CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual
da Saúde de São Paulo), Maria
Bernadete de Paula Eduardo.
Segundo ela, os mais sujeitos a
contrair o cólera são os moradores de áreas vizinhas aos portos
que eventualmente consumam
moluscos e frutos do mar capturados nos locais onde navios despejam água de lastro.
"No mar, o vibrião vive naturalmente. Se fizermos uma pesquisa
nos plânctons, vamos achar. Alguns [vibriões] produzem cólera,
outros não", afirmou.
Estudos realizados em 1983 pela
Cetesb (agência ambiental paulista) em águas do Estado indicaram
que o Vibrio cholerae sobrevive
até 26 dias na água do mar, até 19
na água doce e até 12 no esgoto.
Doença fatal
O cólera é uma doença contagiosa transmitida por meio da ingestão de água ou alimento contaminado por fezes ou vômito de
um doente. Provoca forte diarréia, vômitos, cólicas intestinais e,
se excessivamente desidratado, o
paciente pode até morrer. São
mais suscetíveis à doença moradores de locais onde não há saneamento básico.
No Brasil, o cólera foi introduzido em 1991, depois de ter chegado
ao litoral do Peru. Uma das suspeitas é que a água de lastro de navios tenha sido a intermediária.
A doença atingiu seu pico no
Brasil em 1993, quando se notificaram 60.340 casos, de acordo
com dados do Ministério da Saúde. No ano passado, houve sete
(dado provisório). Em São Paulo,
não há registro de casos autóctones (não importados de outros locais) desde 1995.
Ainda de acordo com Maria
Bernadete, uma comissão formada por representantes de órgãos
ambientais e de saúde do Estado
de São Paulo se reúne mensalmente para avaliar as ações de
controle da doença.
(FS)
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