São Paulo, segunda-feira, 07 de julho de 2008

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Governo quer tutelar pessoas, diz publicitário

DA REPORTAGEM LOCAL

Um desejo do governo de tutelar a vida das pessoas. É como o publicitário Dalton Pastore, presidente da Abap (Associação Brasileira das Agências de Propaganda), define o projeto da Anvisa que regulamenta a propaganda de alimentos.
"Parece que agora os males do país estão representados pela publicidade e que vamos corrigir isso através da proibição de tudo. Parece que a gente não aprendeu muito com a ditadura", afirma ele.
Para Pastore, as regras que restringem a propaganda são uma forma de o governo dizer que "as crianças, os pais, os professores, as pessoas em geral não têm vontade própria, não têm capacidade de decidir o que é melhor para elas e precisam que o Estado decida por elas".
Questionado sobre como lida com a influência da publicidade de alimentos em relação aos seus filhos -ele tem três-, Pastore argumenta que age "como todos os pais deveriam agir".
"O que eu acho que faz bem, eu incentivo. O que eu acho que faz mal, eu proíbo, evito que comam. Não preciso que o governo entre na minha casa para dizer como eu devo fazer." Sobre as legislações que já existem em outros países que vetam ou restringem a propaganda de alimentos às crianças, ele afirma que as desconhece.
Segundo o publicitário, as mudanças não deverão afetar a indústria de alimentos. "A publicidade é apenas uma ferramenta. É evidente que para as agências de publicidade o prejuízo será maior."
Ele diz que há hoje no país 640 mil pessoas trabalhando na indústria da comunicação e 35 mil formandos por ano. "A partir de agora, os formandos deveriam sair da escola de comunicação e ganhar um par de algemas junto com o diploma."
Edmundo Klotz, presidente da Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação), afirma que a entidade não contesta a proposta da Anvisa e que várias empresas já estão produzindo alimentos mais saudáveis, com menos gorduras, sal e açúcar. "Estamos praticando a solução do problema, não queremos contestar nada."
Segundo ele, as indústrias estão mais preocupadas com a escassez mundial de alimentos do que com os produtos gordurosos, com excesso de açúcar e de sal.


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