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Governo quer tutelar pessoas, diz publicitário
DA REPORTAGEM LOCAL
Um desejo do governo de
tutelar a vida das pessoas. É
como o publicitário Dalton
Pastore, presidente da Abap
(Associação Brasileira das
Agências de Propaganda),
define o projeto da Anvisa
que regulamenta a propaganda de alimentos.
"Parece que agora os males
do país estão representados
pela publicidade e que vamos
corrigir isso através da proibição de tudo. Parece que a
gente não aprendeu muito
com a ditadura", afirma ele.
Para Pastore, as regras que
restringem a propaganda são
uma forma de o governo dizer que "as crianças, os pais,
os professores, as pessoas em
geral não têm vontade própria, não têm capacidade de
decidir o que é melhor para
elas e precisam que o Estado
decida por elas".
Questionado sobre como
lida com a influência da publicidade de alimentos em
relação aos seus filhos -ele
tem três-, Pastore argumenta que age "como todos
os pais deveriam agir".
"O que eu acho que faz
bem, eu incentivo. O que eu
acho que faz mal, eu proíbo,
evito que comam. Não preciso que o governo entre na
minha casa para dizer como
eu devo fazer." Sobre as legislações que já existem em
outros países que vetam ou restringem a propaganda de alimentos às crianças, ele afirma que as desconhece.
Segundo o publicitário, as
mudanças não deverão afetar a indústria de alimentos.
"A publicidade é apenas uma
ferramenta. É evidente que
para as agências de publicidade o prejuízo será maior."
Ele diz que há hoje no país
640 mil pessoas trabalhando
na indústria da comunicação
e 35 mil formandos por ano.
"A partir de agora, os formandos deveriam sair da escola de comunicação e ganhar um par de algemas junto com o diploma."
Edmundo Klotz, presidente da Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação), afirma que a entidade não contesta a proposta da Anvisa e que várias
empresas já estão produzindo alimentos mais saudáveis,
com menos gorduras, sal e
açúcar. "Estamos praticando
a solução do problema, não
queremos contestar nada."
Segundo ele, as indústrias
estão mais preocupadas com
a escassez mundial de alimentos do que com os produtos gordurosos, com excesso de açúcar e de sal.
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