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Abadía será extraditado pelo governo aos EUA
Para o Planalto, não há razão para mantê-lo no país
LUCAS FERRAZ
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo brasileiro vai extraditar para os Estados Unidos
o narcotraficante colombiano
Juan Carlos Ramírez Abadía,
preso desde agosto de 2007. O
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, seguindo orientação de
um parecer do Ministério da
Justiça, vai assinar documento
autorizando a extradição quando retornar da viagem à China.
Para o Planalto, não há razão
para manter Abadía preso no
Brasil; a Polícia Federal já obteve as informações que julgava
necessárias para investigar as
ações do traficante no país. As
autoridades americanas manifestaram interesse em dividir
com o Brasil resultados de resgate patrimonial que porventura Abadía forneça aos EUA.
Em março, o STF (Supremo
Tribunal Federal) autorizou
por unanimidade a extradição
do colombiano, apesar da restrição de que uma eventual prisão perpétua ou pena de morte
fossem convertidas ao prazo
máximo de 30 anos de prisão,
como prevê a lei brasileira.
No Brasil, Abadía foi condenado em abril pela Justiça a 30
anos e cinco meses de prisão e
ao pagamento de uma multa de
R$ 4,32 milhões. Entre outros
crimes, ele é acusado de lavagem de dinheiro, formação de
quadrilha e corrupção ativa.
O governo crê que manterá
um clima de cordialidade se optar pela extradição. Para um
ministro, o país tem mais a ganhar com Abadía preso nos
EUA. O próprio colombiano,
preso na penitenciária federal
de Campo Grande (MS), já manifestara interesse na extradição e em firmar acordo com autoridades americanas, já que
assim ele teria chances de reduzir a pena em troca de informações. Nos EUA, ele é acusado de
tráfico internacional entre
1989 e 2007 e de ser o mandante de pelo menos 15 homicídios.
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