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Desmatamento "rico" não é medido
DA REPORTAGEM LOCAL
Para medir o desmatamento na
cidade de São Paulo, a equipe do
atlas ambiental recorreu a imagens de satélite. A opção tem, portanto, uma distorção de escala, já
que é impossível medir cortes
muito pequenos ou localizados da
vegetação, típicos de áreas mais
ricas, explica Patricia Sepe, uma
das coordenadoras do estudo.
"Hoje a gente faz uma reavaliação. Nos bairros, por exemplo, na
região de Santo Amaro, Brooklin
e Chácara Flora [na zona sul], que
têm remanescentes menores, mas
igualmente significativos, também está havendo desmatamento, que nós não captamos", diz.
Segundo Sepe, há dois movimentos de supressão de vegetação: a periferia, que desmata de
forma mais expressiva, e a mudança no perfil de bairros que tinham modelo de ocupação horizontal de alto padrão e estão sendo verticalizados ou adensados.
Esse desmatamento é, entretanto, "menos predatório", diz, porque é controlado de alguma forma pelos mecanismos legais e sociais. "Loteamento de rico, quando é aprovado -porque, se não
for, o Ministério Público pega no
pé, e os vizinhos reclamam-,
tem de manter um estoque de
áreas verdes ou fazer compensação. No último ano, o local que
mais teve termos de compensação ambiental foi a Subprefeitura
de Santo Amaro", completa.
O desmatamento nos distritos
que pertencem a Santo Amaro foi
de 0,1 km2, o equivalente a 14 campos de futebol oficiais.
(MV)
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