São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2008

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Advogado parou de fumar com ajuda pública

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado Gino Caracciolo, 41, fumou por cerca de 20 anos. Parou há dois após receber ajuda do centro especializado estadual (Cratod), em São Paulo.
"Cheguei a sentir vergonha de fumar. Tinha medo de incomodar as pessoas. Mas sofria muito quando parava. Conselhos não surtem efeito", diz o advogado, que já havia tentado parar de fumar sozinho.
Depois de abandonar "duas ou três vezes" suas tentativas de parar de fumar sem ajuda especializada, recorreu, primeiro, ao 0800 do verso do maço de cigarros. "Embora o pessoal seja bem atencioso, a ajuda é limitada. São só informações. Praticamente te ensinam a auto-ajuda. É difícil. Você precisa do apoio de alguém, lembrando sempre da necessidade de parar", afirmou ele.
Caracciolo recebeu das mãos da irmã, que sempre reclamava do tabagismo, o número do centro especializado onde conseguiu a ajuda. Para isso, porém, teve de esperar mais um pouco: cerca de um ano até conseguir ingressar no programa. "Quando me chamaram, eu já não tinha meu escritório no centro. Uma exigência é você ser da região. Mesmo assim me atenderam."
O Cratod, que fica no Bom Retiro (região central), é responsável pelo atendimento da população das subprefeituras da Sé (385 mil habitantes), Lapa (276 mil habitantes) e Mooca (313 mil habitantes).
O advogado disse ter sentido uma queda na qualidade de vida muito grande e viu a necessidade de parar com o tabaco. "Eu sempre fui atleta e tocava clarinete. Vi que estava perdendo o fôlego. Meu pai dizia, quando tocava para ele, que tinha pulmão de aço. Por fim, parecia pulmão de plástico".
Livre do vício, o advogado afirma ser agora "ativista contra o cigarro". "Mas não daqueles chatos. Tenho no meu celular o número do Cratod (xx/ 11/3329-4455) e passo para quem me diz ter alguém querendo parar", conta ele, que fumava uma maço por dia.
Caracciolo disse que apesar dos anos de fumo e a quantidade de cigarros, conseguiu largar o tabagismo apenas com os adesivos de nicotina. Não precisou de antidepressivos e engordou apenas "quatro ou cinco quilos". "Eu parei no dia 10 de agosto. Em homenagem a minha mulher, que também parou nesse dia", afirmou.
Uma das principais vantagens que o advogado disse ver por ter conseguido largar o tabagismo foi poder realizar trabalhos na sua religião. Como espírita, não podia participar de atividades em razão do uso fumo (como o álcool).


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