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ÚLTIMA CHANCE
Estudantes com nota baixa precisam aprender a se organizar para não perder o ano, dizem educadores
Recuperação exige que aluno saiba estudar
ARMANDO PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Se o aluno chegou ao fim do ano
e descobriu que vai ficar de recuperação, a recomendação de educadores não é só estudar. Ele vai
ter é de aprender a aprender.
Na opinião de especialistas, esse
é um dos grandes nós do desempenho escolar. Os alunos que vão
mal geralmente não têm método
para absorver conhecimentos.
Pais e estudantes devem concentrar-se agora em tentar escapar da reprovação (veja quadro
ao lado). Bem-sucedidos ou não,
logo depois do sufoco do fim do
ano devem planejar como estudar
em 2003 para não passar por tudo
isso de novo.
A primeira providência é procurar o professor e o orientador
educacional da escola para avaliar
os pontos fracos do aluno e estabelecer um plano de estudos.
A recomendação é da professora Marisa Taniguti, diretora da escola Mariza, de aulas particulares,
em São Paulo, que diz atender a
2.000 alunos por ano e está no ramo há 30 anos.
O roteiro deve ter orientações
claras sobre como aprender em
cada disciplina, concentrando-se
nos pontos principais. A essa altura, não dá para estudar todo o
programa do curso.
Organizar-se nessa etapa é fundamental. Não adianta ficar trancado três horas no quarto se não
souber como estudar.
"Os alunos precisam aprender a
aprender, a fazer anotações em
classe, a rever matérias, a se organizar e a ter disciplina acadêmica", diz a professora Taniguti.
"Para aprender matemática, é
preciso fazer exercícios, não
adianta ler. Para estudar história,
tem de grifar trechos, reler", afirma Mariluce Lourenço, diretora
do ensino fundamental do colégio
Augusto Laranja (unidade Moema, zona sul de São Paulo).
Os educadores recomendam estudar até duas horas por dia em casa.
Para relaxar, os alunos
devem fazer esporte
ou dança.
Mas não se pode
exagerar na agenda extracurricular, como é comum acontecer na classe
média. Isso atrapalha a dedicação
ao estudo. Para Taniguti, além das
aulas, o ideal seria frequentar no
máximo um curso de línguas e
uma academia de esporte.
Contra o tempo
É difícil fazer uma recuperação
concentrada. "Há disciplinas, como física, que são "homeopáticas".
O aprendizado é sequencial", afirma Lourenço, para ressaltar os
obstáculos de quem ficou para
trás no estudo.
O psicoterapeuta Leo Fraiman,
mestre em psicologia escolar pela
USP e professor no colégio Guilherme Dumont Villares, em São
Paulo, aposta na capacidade de
aprendizagem do adolescente.
"Por causa disso, não se pode
desistir. Há alunos que, em 15
dias, recuperam o ano inteiro."
Estudantes da rede pública também são atendidos por programas especiais nesta época. Pais
com dúvidas podem procurar os
coordenadores pedagógicos, diz
José Alves, diretor de orientação
técnica da Secretaria da Educação
da cidade de São Paulo.
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