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SEM EFEITO
"Ajudou, mas depois voltei à estaca zero"
DA REPORTAGEM LOCAL
Mãe de sete filhos, desempregada, Clarice Pereira de Melo, 45, foi
uma das beneficiadas pelo programa Começar de Novo há cerca
de dois anos. Por seis meses, ela
trabalhou na CET (Companhia de
Engenharia de Tráfego) segurando bandeiras nos semáforos e ajudando os marronzinhos na fiscalização do trânsito. "Ajudou naquela época, mas depois a gente
volta à estava zero", disse Melo.
Ela recebeu R$ 120 da prefeitura, mais cesta básica, vale-transporte e vale-refeição da CET.
"Gostaria que tivesse uma continuidade, se fosse possível. Quando acabou, continuei desempregada. Nessa idade é difícil arrumar emprego".
Melo também de cadastrou no
Renda Mínima: três dos seus sete
filhos têm 12, 10 e 5 anos. No último ano, ela diz que recebeu R$
220 todos os meses, mas, desde
novembro, não recebe mais os
pagamentos.
"Fui na prefeitura, me disseram
que eu estava no projeto, mas o
dinheiro não vem. Outras sete
pessoas da minha rua entregaram
os papéis na mesma época e estão
recebendo. Eles falam uma coisa
na propaganda, mas você vai
atrás e vê que é outra coisa."
Para o mecânico desempregado
Hélio Gomes da Silva, 45, o Começar de Novo também não trouxe novas perspectivas de trabalho.
Ele conta que chegou a entrar em
uma cooperativa de reciclagem de
lixo, mas desistiu após brigas entre os integrantes do grupo, o que
inviabilizou o negócio.
"O tempo do programa não foi
ruim não. Mas na cooperativa
houve muita confusão. Tentamos
empréstimos, mas não conseguimos. Ninguém se entendia. Não
nos ajudaram. Isso foi desanimando o pessoal. E hoje eu voltei
a viver de bicos", afirma.
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