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IMIGRAÇÃO
Mil bolivianos chegam a capital paulista por mês
Com feiras nos finais de semana, bairro de Canindé vira La Paz
DO "AGORA"
Todo mês, cerca de mil bolivianos chegam a São Paulo. Na cidade, eles já somam pelo menos 50
mil -mas podem ser muitos
mais, porque o número é uma estimativa, já que a metade permanece de forma ilegal no país.
Segundo a Pastoral do Migrante, serviço católico que presta assistência jurídica a imigrantes, são
os estrangeiros que chegam em
maior número à cidade.
Desde 2002, o movimento cresceu devido à crise argentina. Em
geral, entram no Brasil com visto
de turista e, três meses depois, ficam ilegais. A maioria se emprega
em confecções, embora não tenha
experiência, e passa a viver escondido da Polícia Federal. Sem poder ter conta no banco ou parcelar
as compras, vivem isolados.
Um das poucas atividades de lazer deles acontece aos domingos.
Feira
Passear pela rua das Olarias, no
Canindé (zona norte de SP), nas
noites de domingo, é como fazer
uma viagem a La Paz, a capital boliviana. A "língua oficial" é o castelhano. Nas calçadas, barracas
vendem comidas típicas, roupas
coloridas, flautas e CDs com sucessos em espanhol.
É esse o cenário da feira dos bolivianos, que ocorre há muitos
anos no bairro. O evento é organizado pela Associação Gastronômica, Cultural e Folclórica Boliviana Padre Bento.
Seu presidente, Wilson Ferreira
Campos, 44, brasileiro casado
com boliviana, estima que a feira
receba cerca de 4.000 pessoas a cada final de semana. Cem expositores trabalham das 11h às 20h.
Os quitutes mais vendidos são
empanadas, salteñas (empanadas
com massa doce e recheio de legumes, azeitona e batata) e tucumanas (massa frita).
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